Rachel Pinto
A pandemia da covid-19 alterou muitos hábitos da população de todo o mundo, entre eles, os hábitos religiosos e de devoção da comunidade católica. Neste domingo (13), data em que é celebrada o Dia de Santo Antônio, a Paróquia dos Frades Capuchinhos em Feira de Santana, pelo segundo ano consecutivo celebrou a tradicional festa do santo, que reunia milhares de romeiros de toda Bahia, com restrições sanitárias, além do distanciamento social.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Sem aglomeração, a festa assim como todo o trezenário de Santo Antônio, foi transmitida via internet e sem contato físico. Os fieis se adaptaram ao novo contexto, não deixando de demonstrar a fé e saudar o santo.
Depois da missa matinal, a procissão motorizada saiu da Igreja e Santo Antônio e percorreu as ruas e avenidas da cidade, com destino a Igreja da Matriz.
A devota Célia Campos que estava com um terço nas mãos, participou da celebração e contou que a data sempre lhe traz muita emoção e tem um significado muito forte em sua vida.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Eu nem me lembro direito desde quando eu acompanho a festa de Santo Antônio. Participar me faz muito bem. O terço faz parte da minha vida desde que eu era criança. Minha mãe era muito religiosa e me ensinou a rezar o terço. Peço a Santo Antônio muita paz e que dê um basta nesse vírus que está levando muitas pessoas próximas da gente”, comentou.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Pedir a Santo Antônio que interceda pelo fim da pandemia da covid-19 também é um desejo da devota do santo, Antônia Maria Jesus dos Santos. Ela afirmou ao Acorda Cidade que esse é o principal pedido feito e também que o santo lhe dê paz e prosperidade. Proteção para ela, toda a família e todos aqueles que lhe cercam.
Antônia, contou ainda que leva este nome em homenagem ao santo, depois de uma promessa que sua mãe fez.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Minha mãe quando estava grávida de mim fez uma promessa que se fosse tudo bem durante o parto colocaria este nome em mim. Ela já estava com oito dias sentido as dores para parir e não conseguia. Quando ela fez essa promessa eu nasci e ela colocou o nome. Acompanho a festa de Santo Antônio há muito tempo, desde pequena”, relatou.
Antônia acrescentou que tem em sua casa um altar para o santo com velas, flores e que os dias 11, 12 e 13 de junho são dedicados inteiramente a oração e homenagem ao santo.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
O frei Mário Sérgio, pároco da Igreja dos Capuchinhos enfatizou para o Acorda Cidade que a festa de Santo Antônio este ano comemora também os 60 anos da presença dos frades capuchinhos na cidade, o Jubileu de Diamante que tem como tema ‘Igreja da Esperança’.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Agradecer a Deus pelos 60 anos da presença dos capuchinhos celebrando essa festa dentro da igreja. Os frades estão aqui desde 58, mas, a igreja foi feita no tempo record, é grande, monumental, mas foi construída em uma velocidade bem rápida e são 60 anos. Escolhemos como tema a Igreja da Esperança e pesquisando o livro de tombo eu descobri que em 62, já havia a procissão que já era motorizada, já tinha 200 carros e a gente mantém essa tradição. Eu sempre lembro as pessoas que não é uma procissão de andar, é uma procissão de motor. Nasceu para ser motorizada. Inicialmente ela começava na Matriz, hoje Catedral de Santana e se deslocava para os Capuchinhos porque nós não tínhamos ainda a igreja, celebrávamos em uma sala anexa ao convento. O Jubileu de Diamante a gente escolheu o tema da esperança porque é um tema propício para o momento que estamos vivendo”, ressaltou o frei.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Segundo o frei, as pessoas vivem de esperança e na esperança. Para ele, é necessário que essa esperança possa motivar e animar a todos, de modo que faça com que possam cada vez mais acreditar que Deus cuida e tem um projeto de amor para cada um.
Segundo ano sem a festa dos romeiros
Pelo segundo ano sem a festa dos romeiros que reunia milhares de pessoas e caravanas de devotos de toda a Bahia, o frei pontuou que há uma frustração em torno dessas mudanças, mas que todos já entenderam que o momento não é de aglomerar.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Todo mundo está vivendo um momento de frustração e cada um em sua área se frustra de alguma forma. Os romeiros se frustram, quem organiza a festa também. Nós teríamos mais de 300 caravanas. A nossa festa capitaliza em torno de 50 a 60 mil pessoas e então estamos celebrando, aproveitando a riqueza das redes sociais. Tivemos ao longo da trezena as celebrações com 5 mil visualizações cada uma. Foram transmitidas também pela Rádio Sociedade News e Rádio Caraíba. As pessoas não estão aqui fisicamente, mas estão procurando se conectar espiritualmente com a festa de Santo Antônio”, salientou.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
O arcebispo emérito de Feira de Santana, Dom Itamar Vian presidiu a missa de Santo Antônio de declarou que dos 60 anos da festa em 26 deles pôde estar presente.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“É um momento de muita emoção. Tem uma grande graça de Deus. Sou muito agradecido aos frades capuchinhos por tudo aquilo que eles trabalharam e trabalham não somente na arquidiocese de Feira de Santana, mas em toda essa região da Bahia. Os frades capuchinhos marcaram profundamente não só em uma dimensão espiritual, mas social em todo este sertão da Bahia. Parabéns a romaria de Santo Antônio, aos frades, a paroquia, a celebração de seu Jubileu de Diamante”, concluiu.
Após percorrer as ruas e avenidas da cidade, a procissão retornou para a Igreja dos Capuchinhos onde houve uma missa. Também às 17h de hoje haverá missa em homenagem a Santo Antônio.
Fotos: Ed Santos
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
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