Primeiro médico de Feira, chegado à Santa Casa em 1865, é lembrado em sessão na Câmara

Uma homenagem ao primeiro médico a atuar em Feira de Santana, marcou a sessão solene realizada ontem, pela Câmara Municipal – iniciativa do vereador Lulinha (UB)- pela passagem da data dedicada à classe, 18 de outubro. O ex-secretário de Saúde, ex-vereador e professor do curso de medicina da Uefs, urologista João Batista de Cerqueira, um dos palestrantes da noite, relembrou o legado deixado por João Vicente Sapucaia, nascido em Cachoeira, que chegou a esta cidade em 1865 para trabalhar no Hospital Dom Pedro de Alcântara, através da Santa Casa de Misericórdia.

“Um abnegado”, disse ele, ao lembrar que, quase 160 anos passados, havia grandes limitações na atividade médica, quando as condições eram muito diferentes dos dias de hoje.

Segundo o médico e também escritor, Feira de Santana já era cosmopolita, abrigava muita gente de fora, que ocupava a maioria dos leitos, pois as cidades da macrorregião não dispunham de hospitais: “A prática era heroica”. Além do reconhecimento a Sapucaia, o professor enalteceu um outro personagem, este da medicina contemporânea, com atuação na cidade, o profissional Francisco Mota, gestor do hospital especializado que atendeu a pacientes da Covid, durante a recente pandemia. “Convocado para esta grande missão, não mediu esforços. Atuou com competência em um momento delicado que os feirenses enfrentaram”, registrou.

Provedor da Santa Casa de Misericórdia, o médico e professor universitário na área de saúde, Rodrigo Matos, também convidado como palestrante da sessão, disse que, além da técnica, o profissional da medicina deve desenvolver a “habilidade humana”, uma vez que “cuidamos de gente”.

Para além da prescrição, observa, é preciso “reconhecer o direito do outro”. Citando uma das orações mais populares, disse que o médico “nos guarda, orienta e ilumina”, em momentos de grande necessidade. O provedor prestou reconhecimento ao Conselho de Administração da Santa Casa. Segundo ele, são seus integrantes que fazem a instituição “ser tão vibrante”.