Gabriel Gonçalves
O presidente da Associação dos Condutores Autônomos do Transporte Alternativo de Feira de Santana (Ascotrafs Feira), Raimundo Souza, conhecido com 'Dinho do Alternativo', utilizou a tribuna da Câmara Municipal na manhã desta quinta-feira (20), para solicitar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar uma licitação, que segundo ele, foi supostamente fraudada.
"Eu vim aqui me expressar pela pior situação que o transporte alternativo está vivenciando e vivenciou há um ano atrás, referente a uma licitação que eu considero fraudada. Fizeram essa licitação ao qual, veio acoplado um contrato de GPS e que precisamos pagar a estas empresas de ônibus, praticamente R$ 300 por mês, sendo que aí na praça, isso custa R$ 50. Estamos revoltados porque vem outorga, vem outras despesas e não temos como pagar, por isso, queremos que abra uma CPI para investigar essa licitação fraudada que estamos utilizando aí, para onde é que esse dinheiro está indo?", questionou.
Além da acusação, o presidente pediu apoio aos vereadores para a implantação da bilhetagem eletrônica nos veículos e destacou que devido aos gastos que os permissionários estão tendo, muitos profissionais estão desistindo de trabalhar.
"O sistema de bilhetagem eletrônica é uma cobrança antiga, estou aqui pedindo a Casa da Cidadania, implorando para que coloque um Projeto de Lei, para que nosso transporte possa utilizar a bilhetagem eletrônica, não é para favorecer o transporte, é para favorecer a comunidade que está com seus cartões cheios de crédito sem poder utilizar. Estamos pagando para operar mais R$ 33 mil por mês, colocaram esse GPS nos contratos, mas não temos condições de continuar pagando. Já tem muitas pessoas desistindo das linhas, desistindo de operar, ainda mais com a invasão dos clandestinos", afirmou.
O vereador Fabiano da Van (MDB), discordou da fala do presidente da Ascotrafs e afirmou que os próprios permissionários colocaram 'laranjas' para serem beneficiados com vagas no transporte alternativo.
"A Câmara está livre para que qualquer pessoa, sendo representante de alguma instituição possa vir aqui se expressar e na fala do nosso amigo Dinho, ele falou algo que discordo, porque eu já fiz parte do alternativo e na última legislatura que eu participei, que teve aqui uma audiência pública e ele disse que não teve nenhum vereador, eu estava presente e coloquei um Projeto de Lei onde também lutei para que não tivesse realmente essa licitação. Como estou fora do alternativo, eu não iria colocar laranjas para participar, mas a própria cooperativa utilizou, onde tem um grupo lá formado, onde alguns deles foram beneficiados com três, quatro linhas", afirmou.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Ainda segundo o vereador, mesmo com os problemas causados pelos clandestinos, existem permissionários que estão tirando a oportunidade daqueles que não possuem.
"O que é que está acontecendo hoje em Feira de Santana? A decadência do transporte alternativo, não é simplesmente algo relacionado aos clandestinos. Existem aí 36 colegas que participaram e possuem o direito de entrar no transporte, agora querer vir aqui dizer que está tendo fraude? A fraude que teve, foram os próprios permissionários antigos que colocaram três, quatro vagas e ganharam. Tirou o direito dos colegas que realmente precisam e hoje estão aí, passando por dificuldades", concluiu.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade