A presidente da APLB de Feira de Santana, Marlede Oliveira, reclamou da não inclusão dos professores municipais no projeto de reajuste salarial aprovado pela Câmara Municipal. Ontem, a Casa da Cidadania votou para manter veto do prefeito Colbert Martins Filho ao projeto, que foi reformulado.
O documento prevê ainda 4% de reajuste para os servidores que não possuem piso, além dos retroativos a maio. Marlede ainda fez uma retrospectiva desde o envio do projeto pela prefeitura à Câmara, até os últimos desdobramentos, com a permanência do veto do prefeito.
“É preciso lembrar que em junho o prefeito mandou um projeto para a Câmara de reajuste de 4%, apenas para os servidores públicos, inclusive no projeto dele, ele excluía os professores, agentes de saúde e de endemias. De junho até agora, conseguimos anexar uma emenda ao projeto do prefeito e passou agora no mês de outubro, ganhamos por um voto. Depois disso, o prefeito vetou o projeto que contemplava o piso dos professores, é bom esclarecer que no Brasil todos os professores têm piso desde 2008. Ano passado o piso foi de 33,5%, o prefeito deu apenas 5%, esse ano é 0%”, relatou.
Segundo Marlede, o prefeito se articulou com alguns vereadores para que o veto permanecesse. Ela ainda relatou que ontem (13), esteve na prefeitura para tentar dialogar, mas a categoria foi agredida pelo vereador Jurandy Carvalho (PL) com palavras de baixo calão.
Além disso, Marlede explicou que supondo que haja quatro professores com ensino médio e restante com o piso salarial, apenas esses quatro serão contemplados.
“A categoria saiu de lá decepcionada porque não temos plano de carreira, não temos piso que é lei e o prefeito de Feira não cumpre. Eu vi a fala do líder do governo colocando que vai contemplar o piso. Contemplar como?”, questionou.
Ainda conforme Marlede, a APLB não teve acesso ao projeto, apenas a uma cópia apresentada pelo líder do governo, José Carneiro Rocha. Segundo ela, desde 2020, os professores não têm reajuste.
“Queremos afirmar que, esse discurso de que professor teve piso não é verdade, a gente saiu de lá sem saber como vai ficar o reajuste dos professores de Feira de Santana, assim como as demais categorias, como a de endemias e os agentes de saúde”, ressaltou.
A presidente ainda reforçou que já acionou a justiça, e que uma liminar já está em processo de aplicação. Ela também falou sobre os pagamentos dos precatórios que não foram pagos pela prefeitura.
“Precatórios recebeu, desde 2018, R$ 248 milhões. Vai receber agora mais de R$ 300 milhões novamente e até hoje os professores não viram um centavo. Então é esse governo que massacra uma classe trabalhadora tão sofrida, tão penalizada, que são os professores de Feira de Santana. Professor não teve reajuste nenhum, é zero. O prefeito pagou piso a quatro professores do ensino médio, desde o início de janeiro, ele chegou e equiparou o piso que é de R$ 4.420 apenas a estes quatro e o restante é zero”, finalizou.
O que diz o vereador?
Ao Corda Cidade, o vereador Jurandy disse que a professora Marlede estava equivocada e que ele foi agredido pelas sindicalistas.
“Quero dizer que a professora Marlede está equivocada. Eu fui agredido por ela e por algumas professoras do grupo delas. A gente não pode generalizar os professores, entendeu? Porque o professor que é professor em um momento daquele estaria na sala de aula; quem estava lá fazendo protesto e agredindo vereadores era a sindicalista, que tem posições partidárias e é filiada ao PC do B.”
Jurandy enfatizou sua postura de não aceitar qualquer forma de agressão. “Elas me agrediram verbalmente também. A professora Marlede me agrediu verbalmente. Mas eu quero dizer aqui que eu respeito os professores, mas a professora Marlede tem que entender que nem todo mundo é capacho, nem todo mundo é como ela, nem todo mundo é da laia dela. Ela tem que aprender a respeitar as pessoas. Então, comigo, ela vai ter que respeitar. Se falar, ela vai ouvir de volta.”
O vereador encerrou reforçando seu respeito pela classe dos professores, mas repetiu que não aceitará agressões de qualquer natureza.
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