Daniela Cardoso
Ser pai, no sentido de gerar, é fácil e até instintivo; o grande desafio está em oferecer os cuidados que o filho precisa e participar da vida dele. Muitas vezes estar presente fisicamente em todos os momentos da vida dos filhos não é possível, por mais que se queira.
A profissão de caminhoneiro de Adauto Santos, por exemplo, não permite que ele partilhe de todos os fins de semanas, feriados e datas comemorativas, por exemplo. Mas como o amor é capaz de unir quem está distante, os quilômetros que separam pai e filho ficam pequenos para essa família. Na profissão há quase uma década, Adauto é casado com Railene Souza e, juntos, tiveram Adalberto, de 12 anos. Ele conta como lida com a saudade, quando está na estrada, e o que faz para compensar o tempo distante do filho.
“Minha relação com meu filho é de amor, carinho, respeito e amizade. Além de pai, tem que ser amigo, conversar, compartilhar as ideias. Mesmo distante por conta da profissão, busco fazer isso. Tinha um período que eu fazia uma linha longa para Goiânia e às vezes fixava até uma semana longe de casa. Meu filho reclama um pouco principalmente nas datas comemorativas ou quando digo que vou chegar em um dia e só chego no outro. Mas amenizo a saudade através de chamadas de vídeos, conversando pelo celular, olhando fotos antigas. Quando estou em casa, brincamos, ouvimos música, tocamos violão, jogamos bola, empinamos pipa. Além disso, sempre quando estou fora busco acompanhar todas as atividades feitas por ele, contando com a ajuda da minha esposa”, relata o caminhoneiro.
Mesmo com apenas 12 anos, Adalberto, filho de Adauto, entende a importância da profissão do pai, onde ele enxerga um exemplo de ser humano. “Meu pai é muito importante na minha vida, ele é um exemplo de homem, guerreiro, inteligente e brincalhão. Sinto falta dele, mas sei que é por uma boa causa, pois ele está trabalhando e a sociedade precisa muito dessa profissão que ele escolheu”.
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Outro pai que faz questão de estar presente na vida dos três filhos é o policial penal Edward Medeiros. Casado com Patrícia Nery, ele é pai de Neto, 23 anos, Luma, 17 anos, e Analú, 13 anos e usa das atividades diárias e dos momentos de lazer para estar sempre presente na vida dos filhos. Também experimentou a distância quando um dos filhos passou no vestibular em Aracajú e se mudou de cidade, mas aproveitava sempre que podia para juntar a família toda em viagens em fins de semanas e feriados.
“Minha relação com meus filhos é muito boa. Meu filho mais velho já vai fazer 23 anos, ele foi pra Aracajú estudar, já está se formando e ficou um pouco fora, mas sempre íamos lá. As outras duas filhas moram conosco e temos um relacionamento de carinho e amor. Somos uma família muito feliz”, analisou.
Edward acompanha os filhos nos jogos de futebol e também nas aulas de balé. Dos ensaios até as apresentações, ele faz questão de estar presente, incentivando e acompanhando o desenvolvimento dos filhos.
“Apesar dos horários de trabalho e de aula, nos momentos que temos juntos sempre estou por perto, orientando, pois, o amor da família é muito importante. Sou formado em Educação Física e lá em casa todos gostam dessa área, então vou assistir os jogos que meu filho participa e minhas filhas fazem dança. Sempre acompanho os ensaios e as apresentações. Dessa forma a gente preenche o tempo juntos nos momentos de lazer, que é importante. Filhos é a coisa mais maravilhosa que o ser humano pode ter, você gerar um ser e ver ele se educar, se encaminhar na vida. Graças a Deus tenho uma família maravilhosa”, afirmou.
A filha caçula de Edward Medeiros, Analú, deixou uma mensagem para homenagear aquele que, com seu jeitinho simples, como ela mesma define, ocupa o lugar mais importante na vida dela. “Meu pai tem um jeitinho simples e único de levar a vida. Ele é muito presente, se esforça para ver os filhos felizes. Ele é um paizão e merece todo amor do mundo”, afirma.
