Feira de Santana

'Prejudicar a diretoria do Clériston é prejudicar os pacientes também', afirma diretor do HGCA em coletiva de imprensa

A coletiva de imprensa aconteceu na tarde desta segunda-feira (7).

Gabriel Gonçalves

Foi realizada na tarde desta segunda-feira (7), no auditório do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana, uma coletiva de imprensa com a presença do diretor-geral da unidade, José Carlos Pitangueira, que foi acusado de assédio moral, motivo pelo qual foi afastado do cargo após pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Durante a coletiva de imprensa, o diretor informou que ainda segue surpreso com o pedido, que foi aceito pela justiça, e afirmou que uma decisão como esta não só prejudica a gestão, como também afeta os pacientes.

"Eu ainda me vejo em uma situação de surpresa e fico preocupado pelo fato de ver que alguém quis prejudicar a diretoria do Clériston Andrade, e também quis prejudicar os pacientes. Hoje nós conseguimos acabar com aquela pocilga que tinha aqui no Clériston Andrade, e hoje temos um excelente atendimento, seja para atender aquele que é pobre, aquele que é rico, mas infelizmente eu não posso desconfiar de ninguém. Eu não esperava por isso. Fazer isso, é não querer gostar da população de Feira de Santana, é não gostar da cidade, e qualquer problema que seja direcionado para a direção do hospital, vai cair sobre mim, porque eu sou o diretor, eu sou o gestor. Qualquer coisa que aconteça, sempre vai cair por cima de mim. Uma vez eu fui convocado pelo Conselho Regional de Assistência Social, porém o problema tinha sido resolvido e eu esperava realmente que tinha sido resolvido, mas agora de forma surpresa, recebo um telefonema da imprensa procurando saber o que estava acontecendo, sendo que nem eu mesmo estava ciente do caso", declarou.

Questionado sobre uma sindicância com relação a quantidade de atestados médicos, o diretor-geral informou que não tem conhecimento direto, mas criticou sobre funcionários que apresentam testes negativos para a Covid-19 e mesmo assim ficam ausentes das atividades laborais.

"Quem tem conhecimento sobre essa situação dos atestados é um setor à parte, mas o que fica chato é alguém apresentar três atestados de Covid-19 durante sete dias. Todos os testes negativos, e não sei quem achou ruim, mas a pessoa fez o teste três vezes e não voltou ao trabalho. Fica difícil discutir com alguém que esteja sentindo sintomas, mas acho que quando se faz um teste e ele dá negativo, você pode voltar a trabalhar, mas pelo visto o incômodo foi grande, e quero aqui dizer que o Clériston tem um diretor presente, ativo, que defende os pacientes", afirmou.

Presente na coletiva de imprensa, o advogado Ronaldo Mendes, informou que em nenhum momento dos trâmites, o Ministério Público do Trabalho ouviu a coordenadora do setor de Assistência Social, muito menos o diretor-geral.
 

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Houve um equívoco grande porque a notícia de fato para que as pessoas possam entender é que quando alguém leva ao Ministério Público do Trabalho algo vinculado ao seu trabalho, o Ministério Público do Trabalho vai investigar para verificar se procede ou não. Nesta situação específica tomou conhecimento de vários fatos levados pelos denunciantes, os servidores do hospital, e sem que ouvisse o diretor, muito menos a coordenadora, e o foco é o serviço de assistente social do hospital, o MPT entrou com uma ação civil pública que, lamentavelmente, alcançou o diretor do hospital por ser o diretor-geral ou responder pela unidade. Mas a notícia de fato é toda direcionada à senhora coordenadora, é isso que consta na denúncia, e a denúncia apenas alcança o diretor por ter sido ele aquele que determina as ordens gerais do hospital. Talvez por uma interpretação do Ministério Público, entendeu-se que o diretor dava as ordens, e a coordenadora não cumpria, mas isso não é verdade. O fato real não é este, o setor específico, a coordenação é feita por uma outra pessoa e assistente social, todos obedecem todas as ordens desta pessoa, o diretor que está acima e hierarquicamente lamentavelmente alcançou o diretor-geral do hospital", informou.

Segundo o advogado, cerca de 13 servidores foram relacionados na denúncia, e como forma de comprovar que não existe assédio moral por parte do diretor, o MPT pode identificar um serviço implantado durante a pandemia.

"Existe no Hospital Clériston Andrade, um setor chamado psicologia organizacional e que na pandemia, todos sabem, toda a sociedade, todos nós sofremos abalos emocionais muito grandes. Desde 2020, esse setor está instituído no Hospital Clériston Andrade, isso é apenas um exemplo de que aqui no Clériston, o trabalhador tem uma saúde ocupacional assistida, ele é amparado internamente e o diretor instituiu isso. O diretor, preocupado com a saúde do trabalhador do Clériston Andrade, deu apoio à psicologia, implantou o serviço em psicologia e serviço social desde 2020, mesmo ano em que começou as denúncias no Ministério Público. O que há na verdade é uma insatisfação pessoal de algumas pessoas. Este processo cita 13 pessoas, infelizmente eu não posso detalhar muita coisa, porque corre em segredo de justiça. Dr. Pitangueira ainda não foi citado, e por isso que apresentamos um processo com o pedido de reconsideração por parte do afastamento dele", concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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