O prefeito Colbert Martins Filho reuniu nesta segunda-feira (29) o Comitê de Gerenciamento de Crise para acompanhar o andamento das atividades e definir estratégias de recuperação dos danos causados após chuvas torrenciais que atingiram o município.
Colbert Martins Filho destacou que as áreas mais afetadas foram as da região Sul, a exemplo do Tomba e Parque Panorama, além dos acessos aos distritos. Apesar disso, as unidades de saúde não registraram atendimentos relacionados às chuvas.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o prefeito informou que já conversou diretamente com o governador do estado da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e declarou que será necessário apoio, principalmente para as pessoas que perderam móveis e medicamentos.
“O governador me ligou no sábado, portanto eu falei com ele a respeito das necessidades que nós temos. E é importante que a gente tenha tudo isso que for necessário, como alimentos, como medicamentos, como maquinários também, como kit casa, como kit dormitório, para que a gente possa oferecer às pessoas que tiveram tanto problema e tanto sofrimento”, informou.
Segundo o prefeito, o empréstimo solicitado à Câmara de Vereadores, poderá minimizar os problemas enfrentados nos últimos dias na cidade.
“O que nós vamos ponderar também muito fortemente é que esse tipo de situação ocorre com muita pouca frequência. Mas basta uma vez para a gente entender que o investimento que nós estamos fazendo com drenagem urbana é muito pequeno. Por isso, tem um ano que eu estou pedindo que a presidente coloque em votação o dinheiro para a gente fazer drenagem urbana, R$165 milhões. Estamos buscando em Brasília aquela aprovação lá com financiamento externo de R$250 milhões que eu tive que retirar porque achei que com a metade desse valor a gente podia fazer alguma coisa. No entanto, eu reitero a necessidade da presidente da Câmara colocar em votação essa matéria e deixar que os vereadores decidam se é bom para Feira de Santana esse investimento. O que nós vimos é que lá em Humildes quando a gente conseguiu fazer drenagem, no Conjunto José Falcão, não teve mais inundação esse ano. Lá no Cajueiro, lá em Humildes, outra inundação fortíssima o ano passado, já não teve mais esse ano. Enfim, quando a gente consegue agir, a gente age, mas acontece que você age de uma forma pequena, é importante a gente agir de uma forma muito mais ampla para evitar situações como essa no futuro”, declarou o prefeito Colbert Martins.
De acordo com o gestor, ainda hoje, novas ações serão realizadas no município de Feira de Santana.
“Vai chegar um robô hoje aqui para poder ver essas estruturas subterrâneas, nós estamos alugando aspiradores para poder desobstruir as redes de drenagem de Feira de Santana, porque é importante saber o seguinte, a drenagem é responsabilidade do município, esgoto não, o esgoto é responsabilidade do estado. Então, o que está obstruído é a drenagem de águas pluviais, que é essa a responsabilidade nossa. Por isso, a insistência que nós temos que ter um investimento desse. É extremamente necessário, por exemplo, Clériston Andrade acabou tendo um alagamento, por quê? Porque ali passa o Rio Subaé atrás do Clériston Andrade, e o Rio Subaé transbordou. É importante que a gente exerça as ações necessárias para evitar que isso aconteça de novo”, finalizou.
Ao Acorda Cidade, o superintendente de Obras e Manutenção do município de Feira de Santana, João Vianey, explicou que muitos casos de alagamentos, ocorreram por falta de escoamento da água, que foi impedida por acúmulo de lixo.
“Nós tivemos dois pontos de ocorrência em uma mesma rua, nossas equipes atuaram no sábado pela manhã e não era uma obstrução de uma rede. A nossa dificuldade era lixo impedindo esse fluxo e após a limpeza houve essa vazão. Tive uma informação, e a nossa equipe passou no sábado por volta das 10 da manhã, eu tive uma informação que às 7 da manhã, a trincheira da João Durval tinha uma lâmina d’água na parte inferior e visivelmente tinha muito lixo quando nós passamos às 10 horas fazendo a vistoria novamente. Então é um sinal de que as grelhas tiveram essa obstrução por lixo e aí nós tivemos esse comprometimento. Eu cito o Feira VII, onde nós tivemos agora uma situação do Panorama, Fraternidade, locais que não tínhamos essa condição de obstrução, de um alagamento tão intenso e que nós fizemos um trabalho forte na Amado Bahia, Adalzisa Borges, Avenida 1, Avenida 2. Todos esses trechos nós viemos com obstruções inclusive severas. Moradores que fazem as suas reformas e aí contratam pessoas para fazer o descarte e aí não se preocupam onde vai ser o descarte, o descarte foi feito nos canais de drenagem. E aí no momento de chuva isso se agrava”, disse o superintendente da Soma.
O secretário de Agricultura do município, Alexandre Monteiro, também participou da reunião. Ao Acorda Cidade, ele afirmou que a chuva que muito prejudicou estradas da zona rural, veio também como alívio para seca que atingia, principalmente, a alimentação dos animais.
“Os estragos foram grandes, mas o alívio também foi grande. Choveram, da sexta para o sábado, 125 milímetros. Em algumas regiões um pouco mais, em outras um pouco menos. A gente tem notícias de que na sede do município, de quarta-feira passada até domingo, choveram 230 milímetros. Isso alivia um pouco o sofrimento do povo da zona rural, a água para os animais, mas, por outro lado, também causou alguns danos pelo volume imenso de chuva. A gente está vivendo um fenômeno da natureza chamado chuvas vintenárias. A cada 20 anos a gente tem um volume de chuvas muito maior do que o normal. E esse volume causou alguns estragos, principalmente nos acessos da zona rural. Algumas barragens, alguns tanques também partiram, os sangradouros e isso causou danos na cidade. Nós já temos o levantamento e vamos buscar esses reparos nas coberturas de algumas feiras livres, na drenagem de algumas áreas também”, afirmou.
Representando o 2º Batalhão do Corpo de Bombeiros, o capitão Ronivon informou que a demanda também foi alta no órgão e muitas pessoas entraram em contato pedindo ajuda.
“A nossa maior demanda foi no sábado. Tivemos vários chamados para alguns pontos onde pessoas se encontravam em suas casas, principalmente aquelas que têm dificuldade de locomoção, pessoas enfermas, obesas. Nós tivemos vários atendimentos, dividimos a nossa equipe em carros menores, picapes, para que pudéssemos atender o maior número de chamados possível. O Corpo de Bombeiros está pronto para atender. Quando se trata de resgate às vítimas, nós estamos sempre de prontidão, nós temos o nosso efetivo normal de prontidão, mas se houver necessidade, nós reforçamos esse efetivo para que a gente possa estar atendendo a população”, concluiu.
Com informações da Secretaria de Comunicação Social e do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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