No último sábado (20), a prefeitura de Feira de Santana emitiu uma nota de esclarecimento informando que, por questões de segurança, não foi autorizada a realização de um show no estacionamento do Shopping Popular Cidade das Compras no domingo (20).
Em entrevista ao Acorda Cidade, o prefeito Colbert Martins explicou que ainda faltam algumas ações de prevenção no local, o que implicou na realização da festa.
“O Corpo de Bombeiros não autorizou o funcionamento completo porque faltam algumas ações de prevenção no local. Aquele estacionamento fica a mais de 2m de altura, então é uma característica diferente para um ambiente de pessoas, as questões das próprias rotas de saída como necessárias, são rotas de entradas e saídas de caminhões, as escadas são para dentro do Shopping que fica fechado no período noturno, portanto como não há segurança, não havia segurança específica para uma outra utilização, nós optamos por não permitir a realização dessa festa. Nós temos um estacionamento com carros que ficam parados, pessoas não, pessoas se movimentam, pessoas que ficam a 2m de altura, é mais uma responsabilidade ainda. Então as precauções, todas com relação ao que vai ficar próximo, aos parapeitos, aos locais onde a festa tem os seus próprios limites, então em razão de ter uma situação na qual especificamente era para ser usado como estacionamento, isso muda.”, disse.
Segundo o prefeito, não existe estimativa da capacidade para o público, pois o projeto foi direcionado apenas para veículos.
“Não existe estimativa, seria a primeira vez e até uma estimativa adequada é necessária que seja feita. É um primeiro momento no qual temos que ter um cuidado muito grande na sua preparação, e a previsão é para 500 ou até 600 veículos, essa é a previsão, mas em termos de pessoas, não temos uma relação”, informou.
Questionado sobre uma possibilidade de novo evento no local, o prefeito deixou claro que é necessário fazer uma análise do espaço.
“O que existe neste momento, é a possibilidade de fazer uma análise a respeito dessas circunstâncias e de qualquer forma, é uma concessão pública. Nada que seja feito ali, é para uma empresa, é feito para uma empresa e também para uma prefeitura, e o que for necessário, é preciso que tenha participação daqueles que vivem e trabalham naquela área”, detalhou.
O Acorda Cidade também conversou com o comandante do 2º Grupamento de Bombeiro Militar (2º GBM), major Luciano Alves.
Segundo ele, o projeto elaborado pela equipe da festa não foi aprovado.
“É importante que se diga que o Corpo de Bombeiro não cancelou o show, mas o que houve foi uma não aprovação do projeto que foi elaborado para aquele espaço, porque não existe o AVCB, um Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros. Então para que possamos fazer eventos temporários em espaços permanentes, é preciso que tenha essa documentação, ou seja, um projeto aprovado, executado e vistoriado pelo Corpo de Bombeiros. Além do risco de incêndio e pânico, outros fatores de risco também levaram a não ter esta aprovação, a gente poderia isolar um único risco, mas naquele espaço existiam outros riscos envolvidos”, apontou.
De acordo com o comandante, os riscos iminentes ao espaço incluiam altura, saída de emergência e estrutura.
“O primeiro risco que podemos avaliar, é a questão da altura, o dimensionamento das vias de evacuação em caso de pânico, o risco estrutural que foi apresentado através do laudo do engenheiro de estruturalista. Então são diversos riscos que são agregados além do risco de um incêndio que nós temos que ter um controle e a segurança para a população. O primeiro objetivo que nós verificamos ali é a segurança para quem vai ocupar, para quem vai usufruir de um espaço, de um serviço, então é o nosso primeiro pensamento, depois passamos para o pensamento metodológico, ou seja, o evento, o retorno financeiro, mas se todos que vão estar ali naquele ambiente vão estar seguros em caso de sinistro”, destacou.
Ao Acorda Cidade, o comandante também informou que a produção do show encaminhou o projeto com pouco espaço de tempo para que as mudanças fossem feitas.
“A solicitação do projeto foi apresentada com pequeno espaço de tempo e que não dava para remediarmos algumas situações ou tentar adequar a estrutura com todas as medidas de segurança que a legislação permite. O que devemos deixar bem claro que não é uma interpretação do major Luciano, do coronel José ou do coronel Francisco, é a lei que determina os caminhos que devemos seguir e essas excepcionalidades que temos, não tendo como a população ficar de uma forma subjetiva se aquele espaço encontra-se seguro ou não”, concluiu.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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