O prefeito Colbert Martins da Silva fez um balanço do seu governo, onde avaliou que fez um bom trabalho. Ele disse que trabalhou para fazer o melhor e para acertar, apesar dos desafios enfrentados durante os seis anos e oito meses em que esteve à frente da Prefeitura de Feira de Santana.
Em entrevista ao Programa Acorda Cidade, pela Rádio Sociedade News 102.1 FM na manhã desta quinta-feira (19), o prefeito comentou sobre os principais feitos.
Marca na Gestão
Colbert Martins afirmou que deixa várias marcas positivas na sua gestão. Ele citou algumas obras realizadas durante o seu governo, como o Projeto Centro, que requalificou a Rua Sales Barbosa.
“Deixamos aí o Projeto Centro, estamos com 79 escolas reformadas, ampliadas e construídas, laboratórios de games, contratamos mais de 10 equipamentos novos de ensino em 3D. Na área da saúde, tem o CMDI no bairro Baraúnas, onde estamos fazendo 10 endoscopias digestivas por dia, tem o ambulatório de saúde da mulher, estamos fazendo cirurgias bariátricas para 500 mulheres no Hospital da Mulher, tem o novo Hospital Municipal que está avançando nas obras. Outro grande feito é a requalificação da Avenida Fraga Maia, implantamos a Secretaria da Mulher, que é um passo importante. Também melhoramos a Guarda Municipal com ampliação de equipamentos, veículos e regulamentação da progressão”.
Desafios à frente da Prefeitura
Colbert disse que os desafios foram muitos, “um atrás do outro”. Ele lembrou que logo no início do mandato enfrentou uma ação contra a Secretaria de Saúde, logo depois, em 2020, enfrentou a pandemia. Em sequência, houve problemas com orçamento.
“Mesmo com as dificuldades, em 2018, o Projeto Centro foi concebido. Em maio de 2020, paramos tudo por causa da pandemia. Agradeço à imprensa, pois a única arma que nós tínhamos era a informação e todos os dias, quando necessário, nós tivemos essa ponte entre a população e o poder público, fazendo o que foi possível. Paramos tudo no Brasil, até novembro de 2021, quando fechamos o Hospital de Campanha, que foi montado em 60 dias e Feira de Santana teve o menor número de mortes por covid por habitantes entre as cidades brasileiras. Terminado esse período, em 2022, teve o problema que a Câmara não deu o orçamento para a prefeitura. Só em novembro tivemos orçamento. Em 2023, trabalhamos, em 2024 investimos no que foi necessário”, disse.
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De acordo com o prefeito Colbert, esses problemas geraram dificuldade de pagamento. Ele lembrou que, seguindo uma determinação judicial de 2018, atualmente não há nenhuma cooperativa trabalhando na prefeitura de Feira de Santana. Segundo ele, todas são empresas que garantem a todos os funcionários os direitos trabalhistas. “Todos trabalham no sistema CLT, isso foi uma imposição e nós cumprimos. Aumentou 30% dos custos da prefeitura”, afirmou.
Colbert também citou entre os desafios, a dificuldade com a Câmara Municipal. Ele afirma que não faltou articulação política e que em 2018 e 2019 o relacionamento foi normal. Segundo o prefeito, os problemas começaram a partir da presidência da vereadora Eremita Mota.
“Muitos problemas que aconteceram na Câmara nesses últimos dois anos é que a primeira presidente mulher da Câmara abriu mão da presidência e quem manda é o filho dela. Esse desvio de finalidade na presidência da Câmara é que foi o pior dos problemas nesses últimos dois anos. Ela foi eleita, mas ela não manda”, afirmou.
Precatórios
Ainda falando sobre os problemas enfrentados com a presidente da Câmara Municipal, Eremita Mota, o prefeito explicou a situação dos precatórios dos professores, que teve o projeto aprovado pela Câmara de Vereadores, mas Colbert diz que a lei só poderá entrar em vigor se for publicada, para isso, precisa que o projeto seja enviado da Câmara para a Prefeitura.
“Está aprovado, mas se não for publicado no Diário Oficial não vale nada e a presidente da Câmara está segurando apenas esse projeto, os outros ela já enviou. Quando ela fala em prazo, ela tem esse prazo para mandar para a prefeitura e pelo que estou vendo ela vai segurar até o último dia de dezembro, mas os outros projetos aprovados no mesmo dia ou no mesmo período, ela já enviou, inclusive o projeto do aumento de salário dos vereadores, secretários e prefeito”.
De acordo com Colbert, está tudo pronto para fazer uma divulgação na Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) para que as entidades de crédito avaliem. Depois, em um prazo de cinco dias, ocorrerá uma sessão pública para que as empresas apresentem valores que sejam menores de deságio (juros).
Ele afirmou que se o tempo não for suficiente para que ele conclua o processo ainda este ano durante o seu governo, o prefeito eleito José Ronaldo poderá concluir a partir da próxima gestão.
“Se a presidente da Câmara deixar para enviar o projeto no último dia, vai ser uma atitude mesquinha que não tem tamanho. Agora só depende da Câmara mandar, publicar no Diário Oficial e a lei passa a ter valor. Ela está perseguindo os professores, uma professora perseguindo os professores”, declarou.
Em resposta, a presidente da Câmara Municipal, vereadora Eremita Mota, declarou que é triste saber que o prefeito irá finalizar a gestão com a cidade “abandonada”.
“Quero apenas dar uma opinião e dizer que, infelizmente, é triste saber que a Câmara aprovou um orçamento de 2 bilhões de reais. O prefeito Colbert Martins termina o seu mandato com tanta melancolia, com a cidade suja, abandonada, um médico como é o Dr. Colbert, deixando a cidade neste caos. É lamentável”, disse.
Atraso de pagamento de terceirizados
O prefeito também respondeu a questionamentos em relação ao atraso no pagamento de salários de funcionários terceirizados durante sua gestão. Ele assumiu que houve problemas com relação a algumas empresas. Segundo ele, atualmente a prefeitura está repassando os recursos, normalmente, para as empresas.
“São problemas que ocorrem, existe problema de pagamento dos festejos de São João. Uma empresa que teve problema, nós afastamos. As terceirizadas têm compromisso legal de pagarem durante um mês com o capital de giro, o que elas não cumpriram. Além disso, houve uma falha da prefeitura de não permitir em contrato que eu pudesse pagar direto. Porque muitas vezes nós pagamos e o dinheiro não foi para os funcionários. Essas dificuldades já vêm de algum tempo, inclusive tivemos que mudar algumas coisas”, disse.
Inauguração de obras na reta final do governo
Questionado por que muitas obras deixaram para ser inauguradas na reta final do governo, o prefeito Colbert Martins afirmou que com o período da campanha eleitoral houve uma redução das ações e dos trabalhos, e que agora no final, as obras foram concluídas e estão sendo entregues. “Não foi porque eu quis deixar para o final”, defendeu.
Retorno do 156
O prefeito também afirmou que o serviço para atender as reclamações da população, o 156, deve voltar a funcionar, já que existem muitas reclamações, especialmente de idosos, que informaram não se adaptar à nova plataforma disponibilizada que é o Feira Conectada, onde o atendimento é feito totalmente online. Segundo ele, as duas plataformas ficarão disponíveis.
“Tem que reativar o 156, porque tem pessoas que têm dificuldade nesse acesso com o Feira Conectada. Vamos ficar com as duas opções. No ano passado, durante uma chuva grande, o 156 parou de funcionar e o que nós vemos hoje é que temos que ter duas alternativas”, disse.
Transporte
No setor de transporte, Colbert disse que ampliou o máximo possível todo o sistema de ônibus da cidade, inclusive com um novo transporte universitário. Mas ele disse entender que é preciso melhorar ainda mais.
Centro de Abastecimento
O prefeito também foi questionado com relação à revitalização do Centro de Abastecimento, que foi uma promessa de campanha, mas não foi cumprida. “Tentei organizar. A ideia era fazer um mercadão grande, junto do Shopping Popular. Tentei, a empresa veio, fez uma proposta, mas não deu certo”, afirmou.
Ouça a entrevista completa:
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