Gabriel Gonçalves
A Fiscalização Preventiva Integrada (FPI), da Prefeitura Municipal de Feira de Santana, interrompeu 12 festas clandestinas entre sexta-feira (21) até a madrugada da última segunda-feira (24). Além dessas interrupções, três bares foram interditados e 23 veículos foram apreendidos por estarem com som ligado, sendo que três eram em formato de paredão.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o secretário municipal de Prevenção a Violência (Seprev), Moacir Lima, explicou que não está sendo fácil realizar todas as fiscalizações, principalmente em um momento em que o município atinge total ocupação dos leitos hospitalares e destacou que a falta da consciência de muitas pessoas está impedindo que o alto índice de contaminação na cidade possa reduzir.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
"Estamos nessa luta há mais de um ano, ainda mais agora que o vírus volta a ter bastante intensidade com um número tão alto de infectados. Se todo mundo se conscientizar, com toda certeza essa situação vai melhorar, porque, por exemplo, logo no início, o que a gente ouvia eram pessoas com comorbidades, idosos, diabéticos, mas agora não é mais isso, são todos e por isso precisamos continuar nos cuidando. Estamos vendo aí pessoas com 20, 30, 40 anos sendo internadas, então cabe a nós dar a nossa contribuição fiscalizando, fazendo o máximo possível, seja aqui na zona urbana, quanto na zona rural", explicou.
De acordo com o secretário, independente do porte de cada estabelecimento, as aglomerações estão acontecendo e lembrou da festa que estava sendo realizada dentro de um bar, com cerca de 500 jovens.
"Somente nesse final de semana, encontramos um bar com cerca de 500 jovens aglomerados. Na semana passada, tivemos uma situação parecida e que teve bastante repercussão. Não importa se é pequeno, grande ou médio porte, o que importa é a quantidade de pessoas que estão ali inspirando o mesmo ar, podendo ser infectados, levando o vírus para casa, contaminando pai, mãe, irmão e avós. Infelizmente falta a consciência das pessoas, porque se cada um fizer a sua parcela de contribuição, vamos vencer isso de forma mais rápida", afirmou.
Para o psicólogo Gilvan Mascarenhas, o jovem não sente medo em comparação às pessoas mais velhas e, por este motivo, se arriscam e enfrentam situações de aglomerações, que levam ao aumento da taxa de contaminação.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
"Os jovens hoje em dia não estão com responsabilidades, não estão com um senso, se isso for comparado com pessoas mais velhas. Eles estão enfrentando essa situação que já vem há mais de um ano e não basta apenas eles irem para aglomerações, como trazem o vírus para dentro de casa", alertou.
De acordo com o psicólogo, essa faixa etária já não está mais aguentando ficar dentro de casa sem ter a rotina que era feita até o ano de 2019 ou até mesmo no início de 2020.
"As pessoas estão nessa fase do isolamento social, mas a gente sabe que ninguém está isolado totalmente, porém esse interesse em querer participar de uma festa, como estes jovens participavam, faz despertar esse desejo de enfrentar a pandemia, pelo fato deles não estarem mais aguentando as restrições, porém é preciso ter consciência que é necessário nesse momento passar por isso", destacou.
Segundo o psicólogo, esse é um momento passageiro e mesmo que esteja em passos lentos com o avanço da vacina, é preciso respeitar o período, pois o vírus vai passar, mas a vida é única, não é eterna.
"Enquanto profissional, eu peço que não enfrentem essas aglomerações, porque a gente sabe que isso é um momento passageiro. A gente sabe que está demorando bastante, mas estamos caminhando para uma melhora e estamos vendo aí a vacina chegando aos poucos. Então precisamos esperar mais um pouco para participar dessas festas, porque esse momento não vai ficar a vida toda, é apenas um momento e devemos ter a consciência dessa situação. Eu peço que todos tenham isso na mente, porque nossa vida não é para sempre, podemos perder ela a qualquer momento", concluiu.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade