Gabriel Gonçalves
Os servidores municipais de educação de Feira de Santana foram surpreendidos ao tentar utilizar os serviços do plano de Saúde Unimed e serem informados de que o atendimento foi suspenso. A empresa alega falta de alta de pagamento.
Em entrevista ao Acorda Cidade, a professora Juliana Ferraz de Andrade Magalhães, informou que ficou sabendo da suspensão do atendimento, através de uma colega, que ao fazer uma consulta, teve o atendimento negado.
"Eu sou assegurada pela Unimed através do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindsep), pois existe um vínculo entre eles e mensalmente, nosso plano é descontado na folha de pagamento, como sempre aconteceu. Porém na última sexta-feira, uma de nossas colegas, teve o atendimento negado em uma clínica informando a falta de pagamento. Então nós entramos em contato com a própria Unimed e verificamos que todos estão com os atendimentos suspensos, provavelmente, por essa falta de pagamento que eles alegam", explicou.
A professora informou que entrou em contato com a corretora Plena Saúde, responsável por administrar os pagamentos que recebem da prefeitura. De acordo com ela, foi constatado que não havia previsão de pagamento, nem retorno dos atendimentos aos servidores.
"Entramos em contato com a Plena corretora de seguros, onde eles já tinham a ciência de que o plano suspendeu o atendimento e nos informaram também que não há previsão do pagamento, nem retorno dos atendimentos. Entramos em contato com a Sindesp, mandam entrar em contato com a Plena, entra em contato com a Plena, manda entrar em contato com a Sindesp e fica nesse jogo de empurra, porém todos os meses, temos os nossos salários descontados por conta do plano de saúde. Isso já aconteceu outras vezes, eu acionei na justiça e a ação ainda está rolando, tenho uma colega que teve que pagar o parto pois o plano não liberou e fico preocupada porque também estou gestante e com frequência preciso realizar exames", destacou.
Passando pela mesma situação, a professora Josineia de Jesus, explicou que está em fase de tratamento realizando fisioterapias, mas por conta da suspensão do plano de saúde, o processo precisou ser interrompido.
"Isso já é a terceira vez que ocorre, buscamos informações com a Plena, dizem que devemos procurar o sindicato e fica nessa indecisão. Eu estou fazendo um tratamento de saúde, realizando fisioterapias, consultas e agora estamos impossibilitados por conta dessa suspensão, fomos pegos de surpresa", relatou.
O presidente do Sindesp, Hamilton Ramos, explicou em entrevista ao Programa Acorda Cidade, na manhã desta terça-feira (4), que todo pagamento está sendo honrado pela prefeitura de Feira de Santana e informou que nunca foi notificado pela Unimed sobre débitos de outros períodos, o que pode ter motivado a suspensão dos atendimentos.
"As reclamações destas professoras são legítimas e eu já falei várias vezes sobre o procedimento desses pagamentos, mas existe um culpado nessa história, só não ver quem não quer e a imprensa deveria também verificar isso de perto, porque a empresa como a Unimed de Feira, ela fez uma migração e isso não saiu de graça, teve ajustes. Aqui eu também afirmo que o sindicato está do lado dos servidores, não fomos nós que suspendemos o plano de saúde, o que posso dizer é que foram ficando resíduos financeiros de outros períodos e isso foi gerando uma inadimplência, mas a Unimed Feira nunca nos notificou, eles nunca falaram, 'olha sindicato, esse mês era para ser pago 50 mil, vocês só pagaram 48 mil, então estão devendo 2 mil'. Nunca recebemos a notificação, o contratante precisava saber dessa situação, o que não aconteceu", disse.
De acordo com o presidente do sindicato, a empresa Unimed, indicou a corretora Plena Saúde para fazer o intermédio entre a prefeitura de Feira de Santana com o plano de saúde. De acordo com ele, a secretaria da Fazenda realiza o pagamento para a corretora, para que a mesma possa repassar para a Unimed.
"A própria Unimed indicou a corretora Plena Saúde para fazer os planos de saúde desses usuários. O dinheiro cai na conta da corretora e eles precisam ter o zelo de fazer o pagamento. Na última sexta-feira mesmo, recebi duas faturas pagas, além de faturas dos meses que será preciso pagar de acordos que foram feitos e outro detalhe que posso dizer, é que tenho e-mails comprovando que solicitei da Unimed os períodos que estávamos devendo, mas eles disseram que não sabem, então imediatamente acionamos os advogados para que seja visto isso, algo que eles não sabem, mas estão cobrando", afirmou.
Segundo Hamilton Ramos, a prefeitura realiza o pagamento dos servidores do dia 30 de cada mês e após este processo, é realizado o pagamento à corretora Plena Saúde, para que a mesma repasse o pagamento para a Unimed.
"A prefeitura está fazendo o maior esforço para pagar os servidores, porque veja bem, o prefeito paga até o dia 30 de cada mês, logo depois, o secretário Expedito já cobra da contabilidade para realizar os trâmites normais e pagar a Unimed, que neste caso, pagamos a corretora, para que a fatura do plano de saúde seja paga para que não haja essa suspensão, só que esse mês ainda não foi pago. Hoje é dia 4 e a prefeitura não repassou, caso a prefeitura não repasse, a corretora imediatamente pega com o dinheiro que eles possuem em conta", concluiu.
Em resposta situação de inadimplência e suspensão do plano de saúde a Central Nacional da Unimed emitiu a seguinte nota:
A Central Nacional Unimed esclarece que como consequência ao cenário de inadimplência do pagamento ao plano coletivo de assistência à saúde por adesão, vinculado ao SINDESP, para os membros da prefeitura local, ocorreu na última sexta-feira (30), a suspensão dos serviços contratados. A cooperativa destaca, novamente, que a manutenção do contrato e a regularidade no atendimento aos beneficiários depende da adimplência do SINDESP, que tem a obrigação de manter a regularidade no pagamento, não honrado nos últimos meses.
Por fim, a Central Nacional Unimed reforça que a administração da inadimplência é de total e exclusiva responsabilidade do sindicato, contratante do plano de saúde, firmado em contrato sob condições evidentes de serviço e encargos, bem como dos responsáveis pela negociação direta da dívida em aberto.