Crianças observam a sujeira na água do Subaé. Crianças observam a sujeira na água do SubaéA poluição do rio Subaé provocou a morte de peixes na localidade Fazenda Dotô, no distrito de Humildes, em Feira de Santana. O rio nasce no município, passa pela área urbana e já entra na zona rural muito sujo e com mau cheiro. Os peixes apareceram mortos no último domingo. Houve relatos de que alguns moradores apanharam os peixes, a exemplo de traíras, para comer. Mas as pessoas entrevistadas por A TARDE negaram ou evitaram falar do assunto.
Apenas um morador, sem se identificar, confirmou que um vizinho tinha levado peixes para casa, mas ninguém ouviu falar sobre qualquer problema de saúde. Técnicos do Instituto do Meio Ambiente (IMA) estiveram no local segunda-feira, 31, e vão fazer nesta quarta, 2, a coleta de água para verificar porque ocorreu a morte de peixes.
O resultado sai em duas ou três semanas, segundo Anderson Carneiro, coordenador regional do órgão, vinculado à Secretaria do Meio Ambiente. Entre as possíveis causas da morte dos peixes está a contaminação por produto químico, a diminuição de oxigênio pela redução do fluxo de água por falta de chuva ou o acúmulo de matéria orgânica.O trecho do rio onde ocorreu a morte de peixes estava, até abril, encoberto por taboas, vegetação aquática típica de locais poluídos. Em abril, vários dias de chuvas fortes fizeram o Subaé transbordar. Muitas áreas da cidade ficaram alagadas.
Na zona rural, o rio ressurgiu, mas a poluição veio junto. A taboa foi empurrada para as margens. “Há dias em que o rio está fedendo muito”, atesta o industriário Marivaldo Rocha. Ele lembra que, há cerca de 30 anos, a água era limpa ao ponto de se ver o fundo e todos utilizavam o Subaé como área de lazer, para pesca e natação. “Hoje ninguém pesca mais aqui nem entra na água”, afirma.
Indústria – O rio é vizinho do Centro Industrial do Subaé, que começou a ser implantado na década de 70 do século passado. Atualmente, as residências avançaram sobre a área industrial, aumentando a poluição e prejudicando a vazão do rio, o que provoca enchentes quando chove forte.Com a situação de emergência decretada após as chuvas, a prefeitura recebeu verba do Ministério da Integração para desobstruir a passagem do rio. Na terça, dia 1º, um caminhão levou dez manilhas, que serão implantadas no bairro Limoeiro. No local, via-se o leito coberto por espuma, com forte cheiro de esgoto.