Na manhã desta segunda-feira (7), uma longa fila foi registrada na Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana. Segundo apurou a reportagem do Acorda Cidade, dezenas de pessoas buscavam se cadastrar no Tratamento Fora do Domicílio (TFD) para serem conduzidas para Salvador. O objetivo de muitos é realizar exames e consultas especializadas que não são oferecidas na cidade. A espera, no entanto, tem sido marcada por calor, falta de estrutura e, acima de tudo, por angústia dos familiares e pacientes.
Havia familiares buscando transporte para vários hospitais da capital, como o Hospital do Subúrbio e para o Hospital Geral Roberto Santos. Grande parte dependem exclusivamente do transporte municipal para garantir o direito à saúde.
“Eu cheguei umas 8h30. Tem que confirmar aqui. Eu já tinha vindo, fiz meu cadastro e agora tenho que confirmar para poder ir. É essa dificuldade toda. É sempre assim, sempre essa dificuldade toda. Não tem um filtro, não tem água, não tem nada”, disse Maria Lúcia Lima Teles Oliveira.
Joades Francisca aguardava com a ficha de número 70 em mãos para confirmar o deslocamento da filha ao Hospital do Subúrbio.
Segundo as pessoas que aguardavam na fila, havia apenas dois funcionários atendendo. “Toda vez que tem viagem para marcar é isso, lotado e às vezes a gente chega aqui cedo e a gente não acha o carro”, disse Nadjane Souza Almeida, que também aguardava.
Tratamento Fora do Domicílio
As pessoas também comentaram que a situação dos transportes também não é das melhores. Em entrevista ao Acorda Cidade no mês de março, o secretário de Saúde, Rodrigo Matos, reconheceu que a frota não atende à demanda, pois a atual gestão encontrou os veículos velhos e sucateados. (Relembre aqui)
“Ainda tem que ir para o transbordo do terminal central. Tudo sucateado. Só tem dois micro-ônibus e uma van, mas cada um pior do que o outro”, disse outra pessoa.
Muitas pessoas chegaram nas primeiras horas da manhã para garantir o atendimento, mas até o fechamento da reportagem, muitas ainda aguardavam uma enorme fila, como Miralva Freitas Lima. Ela é mãe de uma jovem com deficiência de 21 anos. Ao Acorda Cidade, a Miralva contou que busca o TFD para a jovem há três anos.
“Marco o carro toda vez que vou para Salvador. Hoje eu cheguei aqui, tá esse negócio todo. Peguei a ficha 104. Ela tem um médico às duas da tarde. Já saí de um médico, já vim pra aqui, depois vou retornar para outro médico. Será que ninguém sabe o que é isso?”, desabafou.
“Às vezes eu acho o carro, às vezes não acho. Pago passagem para viajar. Isso não é justo. Uma pessoa especial, operada do coração, com déficit intelectual, e eu tenho que passar por isso aqui?”, completou a mãe.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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