Falta de Segurança

“Perdemos o sossego”, diz morador ao relatar aumento de assaltos e invasões no bairro Capuchinhos

Os moradores estão vivendo com medo de sair de casa e serem surpreendidos por criminosos a qualquer momento do dia.

Bairro Capuchinhos
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Na manhã desta quarta-feira (16), a reportagem do Acorda Cidade esteve na Rua Manoel Alves Pereira, no bairro dos Capuchinhos, em Feira de Santana, para ouvir o morador Aldo Sansão do Ouro.

Segundo ele, o número de assaltos na região tem crescido bastante, além das invasões a propriedades. Preocupado com a insegurança no bairro, ele afirmou que a situação tem se tornado insustentável. Os moradores estão vivendo com medo de sair de casa e serem surpreendidos por criminosos a qualquer momento do dia.

“Perdemos o sossego. Aqui, duas casas ao redor da minha, entraram, a casa estava fechada, levaram os fios, levaram tudo. A antiga escola Nossa Senhora do Rosário, onde tinha faculdade, entraram, levaram tudo que tinha dentro. Um prejuízo de mais de R$ 100 mil”, contou.

Conforme o relato de Aldo, muitos outros transtornos relacionados à falta de segurança têm acontecido na região.

“Na gráfica aqui na esquina, em frente ao Rotary, entraram 13h da tarde, na hora do almoço, levaram todo o cabeamento das máquinas. Na Filinto Marques, que é transversal, em frente à madeireira do lado, já levaram mais de quatro hidrômetros. Teve uma [pessoa] aqui dentro do Nossa Senhora do Rosário, que esqueceu as roupas dela lá dentro. Chegou aqui na esquina, tirou a roupa, ficou nua e disse que só ia sair daqui quando dessem as roupas dela, porque o segurança estava lá e não deixou mais ela entrar. A gente já não aguenta mais sair de casa e, quando chega, está tudo vazio”, lamentou o morador.

Bairro Capuchinhos
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Aldo relatou também que a situação tem piorado após a intervenção policial na região do Terminal Rodoviário da cidade, o que parece ter levado usuários de drogas a migrar para o bairro Capuchinhos.

“Depois daquelas mortes, daquela confluência lá que a polícia fez, o pessoal está andando onde for mais fácil. Às vezes, acham lugar fechado para alugar, eles invadem e levam tudo”, acrescentou.

O morador, que já foi assaltado há alguns anos, disse que anda vigilante, com medo de novos assaltos, principalmente quando se depara com grandes grupos de pessoas circulando pela região.

“Eu já fui assaltado aqui, há cinco anos, com o carro aqui atrás do Rotary, e a gente sem ver. Tomaram meu carro na garagem. A polícia tem que dar uma batida mais forte porque a gente não consegue mais ficar parado e despreocupado dentro de casa. Se a gente não levar através dos programas de rádio o que está acontecendo, parece que as autoridades públicas esquecem que todo mundo precisa de ajuda”, desabafou.

Bairro Capuchinhos
Aldo Sansão | Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Os moradores pagam um vigia noturno, mas Aldo reforça que o problema não se resolve, pois é muito mais complexo. Ele acredita que é preciso mais policiamento e atenção para a situação que está ocorrendo no bairro. Ele também relatou ao Acorda Cidade que já faz algum tempo que não vê viaturas realizando rondas no bairro.

“Eu sou sincero ao dizer que tem muito tempo que eu vi uma viatura passar aqui. Muito tempo mesmo. Não é pouco tempo não. Tem mais de mês que eu vi uma viatura passar aqui”, concluiu.

O major Jorge Freitas, comandante da 65ª Companhia Independente da Polícia Militar, responsável pela área do bairro Capuchinhos, destacou ao Acorda Cidade que o bairro é bem policiado, até porque a sede da companhia funciona na Santa Mônica e, o Capuchinhos, é uma rota diária dos policiais.

Comandante da 65ª CIPM
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Em diversos horários nossas viaturas transitam pelo bairro. Nossos policiais também deslocam para assumir o serviço ou quando encerram a sua jornada através do bairro Capuchinhos. Quero destacar que esse problema não é uma exclusividade desse bairro. Infelizmente, nós vivemos em um país que está assolado pela violência e pela criminalidade e as respostas não vão ser encontradas somente no trabalho das forças policiais”, afirmou.

O major afirmou que as polícias têm trabalhado e conduzido diariamente criminosos à delegacia, porém não têm o controle de quanto tempo cada criminoso vai permanecer preso e se ele, de fato, vai pagar pelo crime que cometeu. Além disso, ele afirma que o bairro Capuchinhos tem diversos imóveis vazios, que servem de esconderijo para pessoas em situação de rua e criminosos.

“Todas essas questões impactam diretamente na segurança pública. Prendemos diversas pessoas nesse bairro. É um bairro que tem uma problemática e que nós já solicitamos a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e ao Ministério Público, providências administrativas, quanto a inúmeros imóveis que catalogamos que estão abandonados e que os proprietários largaram lá e ninguém toma providência. A gente sabe que esses criminosos que estão atuando nos bairros Capuchinhos e Santa Mônica são pessoas em situação de rua, e que vão utilizar de um momento oportuno para cometer seus delitos”, avaliou.

O comandante da 65ª CIPM considera que esse é um problema social grave e destacou que a polícia está atenta e de portas abertas para que a comunidade faça denúncias. “Vamos atuar sempre que formos solicitados pela comunidade”, frisou.

Com informações dos repórteres Ed Santos e Paulo José do Acorda Cidade

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