Foram diversos bairros de Feira de Santana que sofreram com os prejuízos com as chuvas dos últimos dias e também de terça-feira (20). No bairro Rua Nova, mesmo com os moradores se preparando para um grande volume de água, os alagamentos ocorreram. Na Rua Mantiqueira, pelo menos nove casas foram invadidas pela força da água.
Uma dessas residências afetadas foi a casa de Joanita Monteiro, que mora há 40 anos na região e nunca presenciou um alagamento como o de terça-feira (20). Ela explicou como a invasão das águas nas casas tem piorado ao longo do tempo.
“Todas as chuvas quando caem, depois desse asfalto, a água desce em abundância, a manilha não suporta e invade todas as casas. Os paredões foram invadidos. Eu sou uma pessoa que tem 73 anos, tenho que botar uma perna de um lado, a perna de outro para passar. Com a minha, nove casas foram invadidas”, relatou.
Sem apoio dos órgãos competentes, muitas famílias já pensam em como vão resolver a situação, seja colocando batentes mais altos ou aumentando o piso da casa.
“Essa vizinha aqui já está mudando a casa, porque a água está invadindo. Ontem mesmo invadiu. Vai aumentar o piso, o teto, já está aumentando. Tem que ceder o piso, para ver se resolve”, pontuou Joanita.
Na manhã de quarta-feira (21), muitas casas ainda apresentavam os resultados das chuvas. O cenário foi de muita lama, sujeira e reboco que não suportou a água e acabou caindo. Prejuízos que os moradores já estão contabilizando.
“O reboco da minha varanda soltou ontem. O piso da minha casa está solto. A água não tem de onde sair, a manilha entupida. Invade as casas. A gente está sofrendo. Esse problema é para ser resolvido”, contou Eliete Santos.
A mesma situação que ocorreu na casa de Edinalva Pereira. Ela só não perdeu os móveis porque estavam suspensos e deu tempo de ir retirando a água enquanto subia.
“Tive que trabalhar bastante para tirar água dentro de casa. Entrava pelo buraco do esgoto do banheiro e saia pelo beco”, contou.
Segundo as moradoras, uma idosa de 70 anos teve que abandonar a casa porque não tinha como escoar a água.
Eliene Santos, conhecida no bairro como Dona Ziza, cobrou um retorno por parte das autoridades municipais. Ela fez um alerta importante sobre o socorro que os moradores precisam neste momento de prejuízos e futuramente, após os traumas de perder tudo em tão pouco tempo.
“A gente precisa de solução urgente, é de doer. Esse pessoal vai entrar em depressão quando acabar tudo isso. Estamos nadando nisso aí, limpando água de rato. Cada rato, cada cobra, como resolve?”, questionou.
O pedreiro, Francisco Conceição Carneiro, deu algumas sugestões para que a prefeitura possa tomar para amenizar a situação dos alagamentos na rua, que inclusive, é sem saída.
“A manilha que eles botaram não dá vazão a água que vem da chuva. Mas tem uma casa no fundo, que intervém da água passar. Se eles quiserem fazer, eles fazem outra caixa e botam uma manilha de 200 jogando ou para rua de lá ou para o beco. Pedem permissão ao pessoal do beco, só para o escape da água aqui da rua. Seria um paliativo”, indicou.
Francisco também afirma que depois da obra do calçamento, a situação piorou. Para escoar a água, foi necessário abrir buracos no muro para a água sair, segundo ele.
O Acorda Cidade entrou em contato com a Superintendência Municipal de Obras e Manutenção (Soma) e aguarda o retorno.
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Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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