Visita do Papa

Papa enfrenta no Rio temor de protestos e crítica a gastos

Estima-se que ele será visto por uma multidão que pode chegar a 2 milhões de pessoas na praia de Copacabana e mais 1,2 milhão de peregrinos no Campus Fidei.

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"Papa, veja como somos tratados."A frase, de uma das várias convocações nas redes sociais para manifestações durante a visita de Francisco, sintetiza o clima que o pontífice encontrará ao desembarcar amanhã no Rio para a Jornada Mundial da Juventude.
 
Estima-se que ele será visto por uma multidão que pode chegar a 2 milhões de pessoas na praia de Copacabana e mais 1,2 milhão de peregrinos no Campus Fidei, área do tamanho de 151 campos de futebol na zona oeste do Rio.
 
A estreia de Francisco, primeiro papa latino-americano, em viagens internacionais vai acontecer em um ambiente bem diferente do que vivia o Brasil –e o Rio, em particular– quando a cidade foi anunciada por Bento 16 como a sede da Jornada, há dois anos, em Madri.
 
Os protestos que há quase dois meses acontecem no país têm grande força no Rio, personificados na figura de Sérgio Cabral, um governador assolado por reclamações contra sua gestão e contra a atuação de sua polícia na repressão aos manifestantes.
 
Também há críticas a respeito dos gastos com o evento religioso, estimados em cerca de R$ 350 milhões -em torno de R$ 120 milhões foram pagos indiretamente por União, Estado e município, responsáveis pelos esquemas de segurança, trânsito e deslocamento dos peregrinos.
 
Ao menos um inquérito e uma ação civil pública têm como foco os gastos públicos.
 
Às vésperas da chegada, os responsáveis pela segurança pressionam para alterar a agenda de Francisco para reduzir riscos de atos públicos.
 
O Vaticano resiste às mudanças e ao reforço no policiamento, já o papa quer contato com o povo. Estima-se que mais de 20 mil homens atuem no Rio na Jornada.
 
GRANDIOSIDADE
 
Há dois anos, quando a escolha do Rio foi confirmada, a viagem papal tinha um claro objetivo: reforçar a religião em um país onde o percentual de católicos vem diminuindo nos últimos anos.
 
A arquidiocese do Rio se preparou para receber entre 1,5 milhão e 2 milhões de peregrinos. Agora, trabalha com a expectativa de 1 milhão.
 
Segundo organizadores do evento ouvidos pela Folha, entre os motivos da redução do número de visitantes estão, além dos custos elevados de uma viagem ao Brasil, o temor das manifestações.
 
Mesmo assim, a logística da Jornada continua grandiosa. No terreno de Guaratiba foram instalados 4.673 banheiros, 4.920 bebedouros, 2.016 mictórios e 615 lavatórios que devem consumir 12 milhões de litros de água.
 
Há 32 ilhas de serviços, com lanchonetes, e telões que passarão os vários shows programados. Para chegar lá, os peregrinos caminharão aproximadamente 13 km. O local receberá o papa Francisco no sábado e no domingo.
 
Mas o maior público deverá se concentrar na praia de Copacabana, na quarta e na quinta, quando o pontífice percorrerá os 4 quilômetros entre o Posto 6 e o Forte do Leme em um papamóvel aberto. São esperados a cada dia 2 milhões de fiéis.
 
Como sintetizou o prefeito Eduardo Paes, será como se acontecessem dois Réveillons seguidos na cidade. Depois disso, receber a Copa do Mundo em 2014 e a Olimpíada em 2016 vai parecer fácil. As informações são do Folha
Editoria de Arte/Folhapress  
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