Rachel Pinto
O paisagista e bonsaísta Emanuel Cerqueira, responsável pelos bonsais que decoram o canteiro do cruzamento das avenidas Getúlio Vargas e Maria Quitéria, procurou a reportagem do Acorda Cidade e relatou que as plantas não estão sendo cuidadas com as devidas técnicas. De acordo com ele, a prefeitura está gastando o dinheiro público em vão e acabando com o projeto dos bonsais que foi executado por ele.
Ele disse que projetou os bonsais, recebeu para fazer as podas, mas teve o seu trabalho prejudicado a partir do momento que a prefeitura suspendeu os seus serviços.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
"Tive meu trabalho totalmente prejudicado. Para a minha surpresa vi as árvores sem os arames e podadas de maneira grosseira. Isso já aconteceu há mais ou menos um ano e dois meses por aí e eu estou tentando resolver. O tempo vai se passando, eu estou vendo as árvores já perdendo os formatos. A parte de nebari que quer dizer raízes expostas está toda coberta com forração de lambari. O bougeville que está no canteiro central, nem o caqueiro dá para ver mais porque o lambari tomou conta. As podas são feitas de modo grosseiro e deplorável. As árvores já começam definhar e perder os galhos”, explicou.
Emanuel informou ao Acorda Cidade que pretende terminar o seu projeto de bonsais que foi apresentado a prefeitura sem a interferência de outros profissionais. Ele chegou a fazer a manutenção dos bonsais e algumas podas, mas de repente seus serviços foram dispensados.
“No meio do caminho foram lá e tiraram os arames. Podaram de maneira grosseira, prejudicando totalmente o projeto que está sendo feito. Não sei quem deu a ordem, só sei que estragaram o meu trabalho e a cada dia que passa está pior”, comentou.
Cultivador de bonsais há 25 anos, Emanuel ressaltou que a técnica implementada nas Avenidas de Feira de Santana consistiu em tirar árvores adultas e colocá-las em bandejas. O bonsai é uma arte milenar de origem oriental que existe há mais de 3 mil anos.
O que diz a prefeitura
Secretário Justiniano França (Foto: Ed Santos/Acorda Cidade)
O secretário de serviços públicos, Justiniano França, contou que retornou a Sesp em 2017 e em relação aos bonsais encontrou um encaminhamento da prefeitura para que pudesse dar continuidade a implantação do projeto. Que em cerca de cinco árvores fossem trabalhadas as técnicas dos bonsais. No entanto, após o trabalho feito e ter tido a manutenção em um determinado período, o contrato acabou sendo encerrado.
“Nós temos na cidade um departamento de manutenção de áreas verdes e essa é uma técnica que podemos dizer que não existe especialista no setor. Nós temos os trabalhadores que fazem a manutenção das plantas na cidade, mas não temos um contrato de manutenção dentro dessa especialidade. Se o que está sendo feito não é de acordo com a técnica, eu não posso avaliar. Mas, para que o município possa atender o que existe dentro de uma especialidade, há de ter uma licitação para que contrate técnicos”, disse.
Justiniano salientou também que para que o paisagista Emanuel possa prestar seus serviços a prefeitura de manutenção dos bonsais é necessário que haja um contrato de notório a partir das exigências do Tribunal de Contas da União (TCU).
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.