Feira de Santana

Pacientes que venceram a covid-19 após ficarem intubados se tornam exemplos de superação e fé

Um dos pacientes, Cleiton Moreira foi recebido com uma grande festa em frente ao hospital após a alta.

Laiane Cruz

Durante 30 dias ininterruptos, mesmo com o frio e a chuva, familiares e amigos de Cleiton Moreira Alves, de 40 anos, não desistiram de acreditar no poder da oração, e permaneceram em frente ao Hospital Emec em Feira de Santana, clamando pela vida dele. O assistente social foi infectado com a covid-19 e passou 49 dias internado na unidade de saúde. Durante esse período, o paciente ficou 18 dias intubado, 14 dias com traqueostomia, teve sepse e suspeita de morte encefálica.

Foto: Larissa Carmo

Mas, aquilo que parecia impossível e sem saída se tornou uma história forte de superação. Após receber alta na última quarta-feira (28), Cleiton Moreira foi recebido com uma grande festa em frente ao hospital. Um momento marcado por gritos de fé, agradecimentos, sorrisos largos e também muito choro de emoção.

De casa, o assistente social contou em entrevista ao Acorda Cidade, por telefone, sobre tudo o que passou em sua mente enquanto estava internado e o medo que sentiu, ao mesmo tempo em que mantinha firme a sua fé de que iria vencer a covid-19.

“Os primeiros sintomas senti no dia primeiro de junho. No dia 3, peguei o resultado positivo. No dia 9 fui internado no Hospital Emec. No dia 9 à tarde, me senti mal em casa e fui para o hospital. Chegando lá precisei ser internado e fiquei 49 dias. Em alguns momentos senti bastante medo, o que é normal mediante essa doença que está assolando o mundo. Mas ao mesmo tempo, eu tinha muita confiança e fé que Deus iria me tirar dessa situação”, relatou.

Foto: Larissa Carmo

Ao receber a notícia de que voltaria para casa, Cleiton Moreira não segurou a emoção. Tudo o que ele mais queria era reencontrar a filha, Valentina Santos Alves, de apenas 5 anos, e a esposa, Gésia Alves, além de retomar a convivência perdida com outros familiares e amigos.

“Quando eu recebi a notícia do médico de que iria receber alta fiquei muito alegre, muito feliz, até porque estava com bastante saudade da família, da minha filha, da convivência, dos amigos, e fui recebido pela minha família e amigos, que me fizeram uma surpresa. Fiquei bastante feliz, não esperava aquela festa em frente ao hospital. Fiquei bastante emocionado por saber que sou uma pessoa bastante amada e querida pelas pessoas ao meu redor.”

Depois de enfrentar as complicações causadas pelo coronavírus e por pouco ver a morte de perto, o assistente social pede que as pessoas continuem se cuidando e levem a doença mais a sério.

Foto: Larissa Carmo

“A mensagem que eu passo é que as pessoas se cuidem, porque é uma doença muito agressiva. A gente não consegue ver nem saber quem está e quem pode transmitir. Que as pessoas usem máscara, álcool em gel e que tomem a vacina. É pra levar a sério. Com tudo isso há esperança, que Jesus Cristo pode nos tirar dessa. Não posso deixar de agradecer a Deus por esse livramento, e também à equipe do Hospital Emec que cuidou de mim, principalmente a equipe da UTI geral.”

O motorista Robson Batista, de 42 anos, também tem inúmeros motivos para comemorar e agradecer pela oportunidade de continuar vivo e respirando sem a ajuda de aparelhos. De acordo com a esposa dele, a assistente de RH Renata Dias, 40 anos, o esposo passou quase 40 dias na UTI do Hospital Unimed. Durante o tempo em que permaneceu na unidade, Robson Batista sofreu uma parada respiratória e foi intubado duas vezes.

Foto: Arquivo Pessoal

“Ele descobriu a covid no dia 17 de junho. Foi internado no Hospital Unimed e ficou 39 dias internado na UTI, sendo que ele ficou 16 dias intubado. E depois de 7 dias ele teve uma parada respiratória e precisou intubar novamente. Depois, ele começou a ter problemas no rim e precisou fazer diálise no hospital. No dia 25 de julho, ele saiu da UTI e está no quarto”, contou Renata Dias, em entrevista ao site Acorda Cidade.

Apesar de continuar em tratamento no hospital, o quadro de saúde de Robson se mantem estável. Por conta do período da intubação, o motorista ainda está fraco e sem força na musculatura da face.

“Ele conversa devagarzinho e está se recuperando da covid. Agora ele apresentou problemas no fígado e anemia, por isso continua internado no hospital e está no quarto. Ele é um exemplo de que Deus faz milagres, que tem promessa. A maioria das pessoas que intubam pela segunda vez não voltam, e ele retornou. E ele só tem que agradecer a Deus, que é misericordioso e faz milagre na vida de qualquer pessoa”, agradeceu a esposa.

Do quarto do hospital, Robson Batista deixou uma mensagem às pessoas que estão aqui fora e que talvez ainda não entenderam a gravidade da covid-19.

“Ele pede para as pessoas, a cada dia passa, se cuidarem mais. É uma doença muito forte, que debilita o corpo todo. Ele já tem 50 dias hospitalizado. Ele pede que as pessoas se cuidem, evitem aglomeração e se protejam. No momento que ele ficou na UTI, ele sentia muito medo por não saber o que estava acontecendo na família. Tinha medo de que os filhos e a esposa tivessem contraído a covid. E devido ao tempo em que ele ficou intubado, ele está tendo uns escapes na memória, mas o médico disse que com o tempo ele vai conseguir se estabilizar”, salientou Renata.

Com informações da produtora Maylla Nunes do Acorda Cidade. 

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