Feira de Santana

Pacientes com fibromialgia enfrentam dificuldades de acesso a medicamentos pelo SUS

Uma lei federal garante o tratamento multidisciplinar e as medicações para pacientes com fibromialgia, mas não está sendo cumprida.

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Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Pessoas com fibromialgia em Feira de Santana enfrentam não apenas as dores diárias e persistentes da doença, mas também dificuldades para acessar medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, o atendimento médico multidisciplinar, fundamental para o tratamento, também é de difícil acesso para esses pacientes.

Em Feira de Santana há uma associação que busca ajudar as pessoas com fibromialgia, especialmente aquelas que não tem condições financeiras para custear o tratamento. A Associação Feirense de Pessoas com Fibromialgia, cobra um valor mensal de R$15 e o associado consegue descontos em clínicas e farmácias parceiras.

Bárbara Fontes
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A presidente da associação, Bárbara Fontes, conversou com o Acorda Cidade sobre as dificuldades no acesso à saúde das pessoas com fibromialgia. De acordo com ela, o estado não concede nenhuma medicação para pessoas com fibromialgia. O medicamento é liberado para dor crônica.

“A dificuldade começa pelo relatório médico. O especialista em reumatologia, quando coloca o CID da doença, impossibilita que o paciente tenha a medicação concedida, porque o estado só disponibiliza algumas medicações para dor crônica. Se a gente se dirigir como paciente com fibromialgia, não tem nenhuma medicação que o estado conceda”, afirmou.

De acordo com Bárbara, existe uma lei federal desde 2023, que garante o tratamento multidisciplinar e as medicações para pacientes com fibromialgia, mas essa lei não está sendo cumprida.

“Não temos nem uma coisa e nem outra, estão negligenciando os pacientes com fibromialgia. Os medicamentos, a gente tem um acesso muito difícil. Depois do cadastro para receber o remédio, a gente aguarda 60 dias pela resposta. Um paciente com fibromialgia passa três meses para conseguir uma consulta com um reumatologista, que é o médico especialista. No Caps aqui em Feira, atualmente, não tem nenhuma medicação que atenda aos pacientes com fibromialgia”, lamentou.

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Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A presidente da associação afirma que os pacientes que não têm condições financeiras para ter um plano de saúde e necessita dos atendimentos pelo SUS, passam por uma situação muito complicada. Ela citou o exemplo de Cristiana Nascimento, uma associada que está em busca de medicamentos, sofrendo com as dores, e não consegue.

“O paciente com fibromialgia precisa de acompanhamento com o médico da dor. Feira ainda não possui uma clínica especializada, via SUS, que trate da dor. Precisa de psiquiatra, psicólogo, nutricionista, neurologista, reumatologista e o acupunturista, que é importantíssimo. Os pacientes do SUS também enfrentam muita dificuldade para fazer a terapia. A gente precisa de um local para fazer hidroginástica com água morna, porque água fria piora nosso quadro. Não temos nenhuma instituição que a gente possa, via SUS, fazer essa atividade física e isso é uma preocupação. Isso que está acontecendo é muito grave, saúde não espera, a dor não espera”, afirmou a presidente da associação ao Acorda Cidade.

Segundo Bárbara, quem tem plano de saúde tem acesso ao tratamento multidisciplinar, porém às vezes encontram dificuldades, já que os convênios começaram a limitar o tratamento. De acordo com ela, a maioria dos pacientes consegue os medicamentos por meio de doação, com os próprios médicos que disponibilizam. Porém, ela orienta que os pacientes busquem por seus direitos, através da justiça, mesmo sabendo que o processo é lento.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade  

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