Solidariedade

O ir e vir feirense: conheça os braços solidários que transformam dificuldades na locomoção em melhorias

Em Feira de Santana, direitos dos cidadãos são garantidos por meio de inciativas dos próprios moradores do bairro Tomba e Jardim Acácia.

Foto: Iasmim Santos/ Acorda Cidade
Foto: Iasmim Santos/ Acorda Cidade

A falta de acesso entre duas ruas e de calçadas adequadas para o trânsito de pessoas mobilizou moradores, que se uniram para mudar o cenário em que se encontravam.

O morador da 1ª Travessa da Rua Belo Horizonte, no Jardim Acácia, José Santana da Silva, 67 anos, deu exemplo de protagonismo. Aliou a sua profissão de pedreiro à construção de uma ponte sobre um esgoto que corre a céu aberto no bairro.

Foto: Renata Santos

José Santana relata dificuldades que a população encontrava ao passar pelo local. “Teve situações em que as crianças caíram dentro do esgoto e, quando chovia, as pessoas não tinham como se locomover. A única opção era contornar por outra rua considerada perigosa, pois ocorrem muitos assaltos.” A construção de uma ponte evitaria essas adversidades.

Foto: Iasmim Santos/ Acorda Cidade

Inconformados com os problemas, ele e um colega construíram a ponte com a ajuda do dono de um supermercado próximo, que doou cimento e concreto.

Para José essas ações são importantes para conscientizar os moradores “se todos pensassem assim, seria muito bom. Os moradores das proximidades queriam fazer, mas não tinham coragem”, disse.

Foto: Iasmim Santos/ Acorda Cidade

O pedreiro diz que a construção da ponte evitou que moradores caíssem no esgoto, como já aconteceu com policiais que realizaram uma operação no local.

“A polícia veio correndo na busca de suspeitos e caíram, tanto a polícia quanto os procurados, dentro do esgoto”, relembrou.

Foto: Iasmim Santos/ Acorda Cidade

Seu José também informou ao Acorda Cidade que uma pedra foi colocada em frente à ponte para impedir que motos transitem em alta velocidade e atropelem pessoas que andam no local.

Foto: Iasmim Santos

A obra ajudou a devolver o direito de ir e vir de muitos pesdestres que precisavam trafegar pelo local.

“Todo mundo ficou alegre, o pessoal fala que a ponte ficou boa”, contou.

E não foi só José Santana que acreditou ser necessário mudar o seu espaço. O mecânico Edilson dos Santos Rosário, morador do bairro Tomba, também viu a necessidade de fazer uma calçada no terreno próximo à sua oficina.

Foto: Iasmim Santos/ Acorda Cidade

Edilson diz que, quando comprou o terreno dele, tudo estava muito abandonado pela prefeitura e pelos moradores. “Nós também somos culpados por isso, não podemos esperar só pela prefeitura”, acrescentou.

O mecânico conta que, devido ao lixo e ao matagal, ele resolveu fazer a limpeza e construiu uma calçada no local. Isso facilitou a locomoção das pessoas e fez com que o lixo também diminuísse nas redondezas.

Por meio da sua ação, Edilson diz que outros moradores tiveram consciência e também seguiram o exemplo dele.

“Depois que eu fiz essa calçada, mais ou menos uns seis moradores copiaram o que eu fiz”. Mesmo assim, o mecânico afirma ser necessário o apoio da prefeitura para melhorar ainda mais o local.

Foto: Iasmim Santos/ Acorda Cidade

“Melhorou bastante, mas ainda tá faltando um toque final da prefeitura”, destacou.

Edilson dos Santos diz que não recebeu incentivos de outras pessoas. “Eu fiz essa obra com gasto só meu, gastei R$ 1.600, mas valeu a pena”.

Edilson abordou ao Acorda Cidade que muitas pessoas jogavam animais mortos e lixos no local que atraiam ratos e escorpiões.

“As práticas não pararam por completo, mas diminuiu bastante”.

E além da obra da calçada, Edilson também sentiu a necessidade de plantar árvores no local. O que gerou incentivo para que outros vizinhos começassem a fazer o mesmo.

“Eu plantei essas três árvores, e outro morador plantou mais duas”.

Foto: Iasmim Santos/ Acorda Cidade

O mecânico também relata que infelizmente existem moradores que não colaboram.

“Alguns moradores tem o gosto só de destruir. Eles arrancam daqui, jogam lá na frente, mas é assim mesmo,” lamentou.

Apesar de tudo, Edilson Santana aborda que não podemos desistir e destaca a importância de pensarmos na coletividade.

“O que a gente não pode é desistir, sempre persistir em fazer as coisas que são para a nossa melhoria e para a melhoria dos outros moradores também,” concluiu.

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