Feira de Santana

Nova empresa de ônibus poderá operar na zona rural de Feira de Santana

Uma reunião entre o secretário de Transportes e Trânsito e representantes das comunidades rurais também foi realizada na manhã desta quarta-feira (3).

Gabriel Gonçalves

A Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) de Feira de Santana, está mobilizada para tentar resolver em curto prazo a problemática da falta de ônibus do transporte coletivo em algumas localidades da zona rural.

Em entrevista ao Acorda Cidade, o secretário Saulo Figueredo, informou que as empresas já estão apresentando propostas para atuar nas linhas que estão descobertas. Ele não informou quais são as empresas.

De acordo com o gestor da pasta, a prefeitura está realizando todas as análises para decidir o que será feito.

"Hoje nós iniciamos o dia com a visita de uma empresa que atua aqui em nosso estado, tem contratos em algumas cidades e essa empresa já se colocou à disposição. Nós nos munimos de todos os dados dessas quatro linhas e agora estamos aguardando que a empresa oficialize a proposta ao prefeito para que possamos analisar. Qualquer decisão que seja tomada agora, pode ser benéfica ou não, pois esses processos de interdição total, contrato emergencial possuem uma série de consequências, como estamos vendo nas cidades de Vitória da Conquista e em Salvador. Ainda que sejam opções para solucionar os problemas, que sejam soluções que caibam dentro do orçamento da prefeitura", disse.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Com relação à uma nova licitação, o secretário explicou que estas tratativas não acontecem em curto espaço de tempo.

"A gente tem conversado muito com o prefeito sobre a possibilidade de fazer uma nova licitação, porque muitos municípios hoje no Brasil, passaram por situações difíceis, muito piores que a nossa, como por exemplo em Itabuna que ficou 11 meses sem o transporte público e muitas cidades estão optando pelo novo desenho de uma nova licitação. Ou seja, com novas regras, novas formas de remuneração e novo desenho de linhas, mas a gente sabe que processo licitatório desse tamanho, ele não é feito em dois, três meses, até um possível contrato emergencial para assumir um lote por exemplo, leva-se em média de 45 a 60 dias, pois se trata de uma estrutura muito grande para se montar. Estamos trabalhando todas as medidas para que a cidade não fique sem o transporte e mitigar os efeitos dessa grave crise", concluiu.

Após a reunião com representantes da empresa, o secretário Saulo teve uma nova reunião, desta vez com representantes da comunidade rural do município para tratar sobre o futuro das linhas.

Uma das representantes presentes na reunião, foi a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), Conceição Borges.

Ao Acorda Cidade, a representante da comunidade Vila Santa Inês, que pertence ao distrito de Tiquaruçu, explicou que o problema do transporte público nestas comunidades, se arrasta por anos e esta nova crise, foi mais um 'start' para a situação piorar.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"O secretário justificou toda a situação com o caos do transporte público aqui de Feira de Santana se comprometendo a resolver a situação. O que queremos chamar a atenção, é que essa situação já vem se arrastando por anos, algumas atitudes que foram tomadas pelo município, ocasionaram esse caos que estamos vivendo hoje. Outro ponto que nós discutimos, foi a criação de um Conselho Municipal dos Transportes, não só para discutir preço de passagem, mas para discutir a mobilidade do meio rural, a mobilidade do município", disse.

Tendo a ciência que não é possível resolver toda a problemática do transporte público na cidade, Conceição Borges cobrou da prefeitura uma atuação mais forte, para respeitar toda a população, principalmente os usuários que dependem dos ônibus.

"A gente tem que entender que não dar para mudar uma história em apenas oito dias. O secretário colocou o posicionamento que eles não sabiam dessa informação da empresa querer abandonar as linhas e agora eles estão correndo para resolver. Mas de qualquer maneira, quem ganhou a licitação, foi a empresa e o contrato é com a prefeitura, por mais que a prefeitura não tenha culpa, quem fez a contratação da empresa, foi o município, portanto, é a prefeitura quem tem que responder aos usuários e cobrar da empresa o cumprimento desse contrato", alegou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Segundo José das Virgens que também se fez presente na reunião com o secretário e é morador da localidade de Candeal II, o transporte alternativo não está suprindo a necessidade dos usuários.

"Infelizmente as vans não fazem a integração porque não adentram nos terminais de transbordo, então as pessoas que trabalham em outros pontos da cidade, ficam prejudicadas em ter que pagar outra passagem, sendo que existe o transporte coletivo que aceita a integração, mas não está acontecendo. Dessa forma, todas as comunidades ficam prejudicadas", disse.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Ainda segundo o representante, uma nova discursão será realizada nesta quinta-feira (4).

"Ainda não ficou nada definido aqui nesse encontro, mas o secretário se comprometeu em amanhã às 17h, os representantes das comunidades retornarem aqui na Secretaria, para continuar esta conversa. Ele nos garantiu que amanhã terá uma posição diante dessas reivindicações", afirmou.

Participaram os representantes das comunidades do Jacu, Candeia Grossa, Alecrim Miúdo, Jenipapo, Candeal II, Matinha, São José Fazenda Morro, São José Carro Quebrado e Quilombo Lagoa Grande.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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