Feira de Santana

Mulher grávida consegue emprego após fazer apelo em sinaleira de Feira de Santana

A atitude da dona de casa chamou a atenção de muitas pessoas que passavam pela movimentada Avenida Senhor dos Passos. Assim, as oportunidades começaram a surgir.

Daniela Cardoso e Ney Silva

Em meio a tantos milhões de desempregados no Brasil, em Feira Santana, uma mulher resolveu tomar uma atitude diferente para chamar a atenção de empresários e tentar uma chance no mercado de trabalho. A dona de casa Valéria Dias de Jesus, 25 anos, conseguiu uma oportunidade de trabalho, após fazer um apelo em uma sinaleira no centro da cidade.

Valéria Dias estava desempregada, assim como o marido. Enquanto seguiam juntos em busca de um emprego na Casa do Trabalhador, SAC e no site Acorda Cidade, ela descobriu que estava grávida, dificultando ainda mais a busca por emprego.

“A situação estava muito difícil, já havia um tempo que a gente estava procurando emprego e não estava encontrando. Assim, a gente acabou gastando todas as economias e um dia resolvi tomar outra atitude. Fiz um cartaz e fui pra sinaleira”, relatou.

O cartaz dizia: “Eu e meu esposo precisamos de um emprego. Você pode nos ajudar?”. A atitude da dona de casa chamou a atenção de muitas pessoas que passavam pela movimentada Avenida Senhor dos Passos. Assim, as oportunidades começaram a surgir.

“Fiquei cerca de três horas de relógio na esquina com essa placa e já foi suficiente para aparecer várias oportunidades, o telefone não parava de tocar. Algumas pessoas ficaram espantadas com minha atitude e outras ficavam felizes em ver a minha maneira diferente para tentar um emprego”, lembrou.

Apesar de tantas ligações e entrevistas de emprego marcadas, o casal esbarrou em mais uma dificuldade. Eles são moradores da localidade Tapera II, próximo a Jaíba, zona rural de Feira de Santana e, segundo Valéria, isso dificultou muito.

“Várias empresas chamaram a gente, só que quando a gente falou que morava na zona rural, praticamente fomos desclassificados e daí ninguém mais dava oportunidade. Eu não quero ser mais uma pessoa devendo, faltando as coisas dentro de casa. Por isso, tinha que fazer alguma coisa que estivesse ao meu alcance”, afirmou.

Devido a gravidez, Valéria Dias de Jesus não conseguiu um emprego de carteira assinada, mas um empresário da cidade deu uma oportunidade para ela trabalhar como prestadora de serviço, ganhando meio salário mínimo. Com esse dinheiro, ela paga exames médicos e compra comida.

“Meio salário não é suficiente para suprir todas as necessidades. Esse emprego é prestação de serviço, pois descobri que estava gestante e daí não tive mais oportunidade nenhuma com carteira assinada. Eu ganho 500 reais por mês e me viro com esse dinheiro. Agora minha preocupação é meu marido. Espero que ele consiga um emprego fixo para manter as contas de casa quando eu tiver parida. Ele trabalha com estoque, vendas, tem experiência na área de logística, mas tá difícil”, relatou.

Atualmente Valéria mora com o marido em uma casa emprestada. O casal está tentando construir a própria residência. Uma parte da construção estava bem adiantada, mas ela relata que um redemoinho derrubou as paredes que já estavam construídas.

“Atualmente está o alicerce, o resto o vento levou e ficou complicado continuar a construção, mesmo com a ajuda de amigos, pois o desemprego veio de uma vez só para mim e meu marido. Agora vou esperar ter meu bebê e depois volto a procurar emprego de carteira assinada”, afirmou.

Quem quiser ajudar a dona de casa Valéria Dias de Jesus pode manter contato com ela pelo telefone 75 9 8134-3911.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
  

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