Juntos, uma mulher e dois homens, acusados de envolvimento na morte do comerciante Josenilton Santos Guerra, 63 anos, foram condenados a 71 anos e 11 meses de prisão. Ele foi morto a tiros por volta das 12h do dia 18 de maio de 2020, quando trabalhava em seu estabelecimento comercial, denominado Cestão Subaé, no bairro Parque Lagoa do Subaé.
A ex-mulher da vítima, o namorado dela e uma terceira pessoa foram acusados do crime, planejado para que se parecesse um latrocínio (roubo seguido de morte).
Conforme a decisão do Júri realizado na quarta-feira (8), no Fórum Desembargador Filinto Bastos, a ré Cristiane Calazans de Jesus, de 43 anos de idade, deverá cumprir 23 anos e 4 meses de reclusão, Isaías Silva Pena, de 27, foi condenado a 24 anos e seis meses, enquanto Marcos Paulo da Silva, de 22 anos, deverá cumprir a 24 anos 6 meses de reclusão.
Danilo Silva, advogado do réu Isaías, disse ao Acorda Cidade que vai recorrer da decisão e que a tese por ele apresentada foi a de negativa de autoria.
“A defesa de Isaías Silva não concorda com a decisão, mesmo sabendo que no tribunal do Júri prevalece a soberania e veredicto dos juízes da causa, dos juízes do povo. Já podemos recorrer porque o resultado é contrário às provas dos autos, inclusive, devido a dosimetria da pena que está suspeitando que foi acima do mínimo normal. Foi um julgamento um tanto quanto controvertido, teve as questões que foram alteradas durante a discussão em plenário (…) e não havia provas contundentes, uma prova mais clara e legal”, disse.
O crime
Conforme a denúncia do Ministério Público, narra o encarte policial que a vítima foi surpreendida por Marcos Paulo, que entrou no mercadinho simulando um assalto. Em seguida, com uma arma de fogo em punho, seguiu em direção a vítima, pediu dinheiro do caixa e efetuou os disparos, fugindo em seguida, no veículo do estabelecimento. A cena foi flagrada por câmeras de segurança.
Ainda conforme a denúncia, foi apurado nas investigações preliminares, que a vítima mantinha um relacionamento amoroso com Cristiane, com quem teve dois filhos. Entretanto, resolveram se separar e na divisão, a vítima colocou o mercadinho à venda.
Consta no inquérito, que a mulher passou a se relacionar com Isaías, com quem teria acertado o homicídio da vítima, dividindo as tarefas de cada um na empreitada criminosa.
Os dois, segundo a denúncia do MP, arquitetaram o crime que foi executado por Marcos Paulo.
Cristiane ficou responsável por fornecer a localização da vítima e o melhor momento para a execução, já que trabalhava com o ex-marido.
Também conforme o apurado, após Isaías receber a ligação de Cristiane, conduziu o executor Marcos Paulo até o estabelecimento e simulou o assalto. A filha adolescente do comerciante estava presente e reconheceu o autor dos disparos. Foram efetuados quatro tiros contra a vítima, que morreu após dar entrada em um hospital.
Segundo a denúncia a recompensa acertada foi de seis mil reais para Marcos Paulo praticar o homicídio arquitetado pelo casal para parecer um latrocínio. O veículo da vítima usado na fuga do executor foi encontrado abandonado próximo a um condomínio.
O júri foi presidido pela juíza Márcia Simões, titular da Vara do Júri de Execuções Penais de Feira de Santana. Na promotoria atuou o promotor Marcelo Porto, tendo como assistente o advogado Rogério Cardoso.
Na defesa atuaram os advogados Willian Souza e Danilo Silva e a na defesa dos réus Marcos Paulo e Isaías, e a defensora pública Renata Santos, na defesa da ré Cristiane Calazans.
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Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade
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