No último dia 18 de maio, foi comemorado o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data foi escolhida em memória do “Caso Araceli”, um crime que chocou o país na época. Araceli Crespo era uma menina de apenas 8 anos de idade, que foi violentamente assassinada em Vitória, no Espírito Santo, no dia 18 de maio de 1973.
Não somente o dia, mas todo o mês, é dedicado à campanha de enfrentamento ao abuso e à exploração infantil, conhecido como Maio Laranja.
A reportagem do Acorda Cidade conversou com Raphael Moraes, conselheiro tutelar de Feira de Santana. Segundo ele, existe uma diferença entre abuso sexual e exploração sexual.
“Embora abuso sexual e exploração sexual sejam crimes de violência sexual combatidos nesta data, eles possuem significados diferentes. O abuso sexual acontece quando um adulto pratica ato libidinoso com uma criança ou adolescente, o que normalmente acontece por parentes ou pessoas próximas à família. A exploração sexual consiste em usar a criança ou o adolescente como meio de faturar dinheiro, oferecendo o menor de 18 anos como “ferramenta” de satisfação sexual”, explicou.
De acordo com Raphael, é necessário que os pais possam observar as mudanças no comportamento das crianças e adolescentes.
“A retração é um dos primeiros sinais que a criança ou o adolescente dá. Ela fica retraída, se afasta de grupos sociais, não consegue se relacionar com outras pessoas, deixa de brincar naturalmente. A criança passa a ter um comportamento mais agressivo, passa a ter um comportamento estranho, se isola do mundo”, afirmou ao Acorda Cidade.
Segundo o conselheiro, é necessário que os pais ou responsáveis além de terem atenção com os comportamentos das crianças ou adolescentes, sobretudo, não permitam a saída com estranhos.
“Este é um papel fundamental da família, que é cuidar, zelar e observar os comportamentos daquela criança, daquele adolescente. Não permitir que seus filhos saiam de casa com estranhos, com pessoas que elas não possuem conhecimento e manter o diálogo sempre aberto. Em caso de violência, é necessário que as pessoas possam procurar a Delegacia da Polícia Civil para fazer o registro ou buscar orientação junto ao Conselho Tutelar, pois o órgão estará pronto para auxiliar esta família”, pontuou.
Para realizar denúncias, não há a necessidade de se identificar. Ao Acorda Cidade, Raphael Moraes informou que as denúncias podem ser anônimas.
“O principal canal para realizar denúncias, é através do Disque 100. Sabemos que muita gente tem medo de fazer as denúncias porque acha que precisa se expor, mas quero deixar claro que estas pessoas podem ligar, realizar a denúncia e não precisa se identificar. Apenas informar sobre a possível situação de abuso sexual naquele bairro, naquele local”, concluiu.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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