Daniela Cardoso
O movimento do comércio de Feira de Santana caiu entre 20% e 25% devido à greve dos bancários, que está completando 14 dias nesta quarta-feira (3), segundo informou o presidente do Sindicato do Comércio, José Carlos Moraes Lima. De acordo com ele, a dificuldade de sacar dinheiro nos caixas eletrônicos é um fator que está atrapalhando os consumidores.
“Muitas pessoas vêm para o comércio e compram à vista ou no cartão. Aqueles que sacam dinheiro nos caixas não estão conseguindo, pois tem dias que está faltando dinheiro nos terminais de auto-atendimento. Além disso, as filas são grandes. O dinheiro parou de circular no município”, afirmou.
Uma das preocupações de José Carlos Moraes Lima é com a proximidade do Dia das Crianças (12 de outubro). Segundo ele, existe um ciclo de queda nas vendas do comércio, que é até setembro, voltando a aumentar o movimento no mês de outubro, mas ele teme que a greve prejudique as vendas.
“Todas as vezes que tem greve dos bancários, o comércio tem prejuízos e não se pode fazer nada. É uma reivindicação deles, que têm lá suas razões. Espero que os banqueiros fechem um acordo para que acabe essa paralisação, pois até pra pagar os funcionários está difícil”, disse.
A greve
De acordo com a Contraf (Confederação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro), o Comando Nacional dos Bancários se reúne em São Paulo nesta quinta-feira (3) para avaliar a segunda semana de paralisação e tomar medidas visando ampliar o movimento.
O objetivo é forçar os bancos a apresentarem uma nova proposta que contemple aumento real, valorização do piso, PLR melhor, proteção do emprego, condições de trabalho mais dignas, segurança e igualdade de oportunidades, como acontece desde o início do movimento no dia 19 de setembro. A greve cresceu na quarta-feira (2), fechando 11.156 agências e centros administrativos em todos os estados da federação.
Ainda de acordo com a Contraf, a única proposta feita pelos bancos até agora foi no feita dia 5 de setembro, há quase um mês. Rejeitada pelos bancários em assembleias realizadas em todo o país no dia 12, a proposta de 6,1% apenas repõe a inflação do período pelo INPC e ignora as demais reivindicações econômicas e sociais.
A greve foi deflagrada no dia 19, quando os bancários fecharam 6.145 agências e centros administrativos em todo o país. O movimento vem se ampliando dia após dia, atingindo 11.156 dependências desde a quarta-feira (2), o 14º dia de paralisação, com um crescimento de 81,5% nesse período.
As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade.