Rachel Pinto
Motoristas de aplicativo realizaram mais uma manifestação nesta segunda-feira (16) em Feira de Santana. Eles protestaram contra a falta de segurança e sobre o episódio que aconteceu na sexta-feira (13) em Salvador, onde cinco motoristas de aplicativo foram torturados e brutalmente assassinados. Na capital, também já houve vários protestos relacionados ao caso e em Feira de Santana, os motoristas realizaram hoje a terceira manifestação.
Alisson de Oliveira Silva, que é motorista de aplicativo, disse em entrevista ao Acorda Cidade que a categoria está preocupada com a onda de violência que vem acontecendo e a vulnerabilidade dos motoristas. Segundo ele, a empresa na qual ele é cadastrado não oferece o mínimo de diálogo com os motoristas e o tratamento com a classe é o pior possível.
“Não vamos ficar de braços cruzados e só hoje fizemos duas manifestações. Uma em frente a prefeitura e outra em frente ao escritório da empresa. Essa empresa tem um tratamento indevido com a gente, não tem nenhum tratamento de relações humanas. Queremos melhorias e ouvir a plataforma. Saber o que ela pode fazer para ajudar na nossa segurança. Queremos saber o nosso destino final. Ver a foto dos clientes que estamos indo buscar e o reconhecimento facial. Se isso é exigido de nós, porque não exigir do cliente? O cliente tem todos os dados nossos e nós não temos deles. Nós somos vidas e temos a nossa responsabilidade de levar o cliente com segurança. Por isso queremos saber quem estamos levando”, declarou.
O motorista informou que a categoria vai solicitar uma audiência pública com o Ministério da Justiça e da Segurança Pública e com a participação de representantes da plataforma que existe em Feira de Santana. Ele alegou que os motoristas vão até ao escritório e não encontram representantes para que possam dialogar.
“Não há representante na cidade. Temos em Feira de Santana, somente cadastrados nessa plataforma 3.878 motoristas e a cada dia se cadastram mais. Precisamos do trabalho, mas não temos segurança. Todas as vezes que viemos no escritório somos tratados com ignorância. Esse é o atendimento que nós temos. A gente paga a plataforma e estamos exigindo os nossos direitos. Tem que ter mudança, se não houver não vai para frente. Queremos a nossa melhoria e a nossa segurança. Estamos preocupados com as nossas vidas”, desabafou.
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Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.