
Motociclistas que trabalham com os aplicativos 99 e Uber Moto realizaram uma paralisação nesta terça-feira (1º), em Feira de Santana, reivindicando melhores taxas e condições de trabalho. A mobilização ocorreu no estacionamento do estádio Alberto Oliveira, Joia da Princesa.
De acordo com Rony Moto Uber, um dos organizadores do protesto, a categoria dos motociclistas pede o fim do “banimento branco”, uma suposta penalização dos motoristas que recusam determinadas corridas, além do reajuste da taxa mínima de R$ 4,30 para R$ 6,00 e do valor por quilômetro rodado para, no mínimo, R$ 1,30.

“Nosso objetivo hoje aqui é lutar por melhores taxas, fim do banimento branco, aumento da taxa mínima. Desde quando começou o aplicativo, essa taxa mínima é R$ 4,30, mas a situação hoje no país, tudo sobe. Gasolina sobe, manutenção de moto sobe e o aplicativo só defasa cada dia. Na verdade, caímos em uma armadilha. Muitas pessoas financiaram moto nova, muitas pessoas saíram dos seus empregos, deu apoio total ao aplicativo. Quando começou realmente era muito bom e, de lá pra cá, são três anos e o aplicativo só defasa. E isso tem até colegas nossos que já ficaram doentes, doentes do psicológico, de estar indo pra rua e não conseguir trabalhar”, afirmou.

Os motociclistas também denunciaram a falta de suporte dos aplicativos em casos de acidentes e a necessidade de jornadas exaustivas para garantir uma renda mínima. Segundo os manifestantes, muitos condutores chegam a rodar até 18 horas por dia, enfrentando altos custos de manutenção e insegurança nas ruas.

“Quando nós começamos, nós rodávamos 8 horas por dia. Hoje em dia, para a gente fazer um dinheirinho, hoje a gente está rodando 10 horas, 12 horas por dia. Tem colegas aí que estão passando 18 horas na rua, infelizmente por isso que eu falo, tem colegas que estão adoecendo, são 18 horas rodando de moto”, pontuou o motociclista.
Jairo dos Anjos, motociclista que atua há dois anos na cidade, relatou que já sofreu três tentativas de assalto enquanto trabalhava. Ele destacou que a falta de segurança é um dos principais desafios enfrentados pelos profissionais, que precisam atender corridas em qualquer horário e em diferentes regiões da cidade.

“Segurança aqui em Feira de Santana é um assunto complicado de se tratar, porque infelizmente, é uma cidade que a gente tem um índice de violência um pouco alto e pra gente que roda aplicativo, precisa entrar em todos os bairros. A gente precisa levar o passageiro pra casa dele seja lá onde ele more, então a gente tem essa dificuldade com segurança porque por um lado, a gente não tem nenhum respaldo, a gente não tem horário específico pra rodar, então a gente roda de madrugada, a gente roda à noite, a gente roda à tarde, a gente roda ao meio-dia, todos os horários a gente está rodando aqui”, declarou.

A categoria segue mobilizada em busca de respostas das empresas responsáveis pelos aplicativos.
O Acorda Cidade irá entrar em contato com as empresas mencionadas.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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