Vários motoboys que trabalham por aplicativo realizaram uma manifestação na tarde desta quarta-feira (9) para cobrar mais segurança em Feira de Santana e mais abordagens nas blitzes. A manifestação foi organizada após a morte do jovem Ian Bismarck de Jesus Nascimento, assassinado na noite de terça-feira (8) na Avenida Maria Quitéria, enquanto trabalhava como motoboy.

A concentração da manifestação foi em frente ao Terminal Central, onde os motoboys se reuniram com balões brancos pedindo paz. De lá, eles seguiram para o Complexo de Delegacias no bairro Sobradinho para protestar e chamar atenção cobrando mais segurança. Depois os motoboys seguiram para o cemitério São João Batista, para o sepultamento de Ian.
Ronaldo Silva Lima, conhecido como Rony Uber moto, falou ao Acorda Cidade que todos os dias colegas relatam situações de insegurança com roubos e furtos de motos e outros pertences como aparelhos de celular e dinheiro.

“Todos os dias colegas relatam assaltos e roubos de motos. A gente participa dos grupos e os colegas sempre compartilham. Vários pais de família são agredidos e estamos aqui para pedir segurança, que a Polícia Militar aborde nas blitzes, que façam uma vistoria. Muitas vezes a gente leva passageiros com drogas e armas sem a gente saber. Essa manifestação é em apoio ao colega que foi brutalmente assassinado. A gente sofre assalto constantemente, perdemos moto e nesse caso, ao que tudo indica, foi um latrocínio e ele perdeu a vida”, afirmou.

Ele pediu que a Polícia Militar realize mais abordagens durante as blitzes realizadas na cidade. “Trabalho de madrugada e as vezes não encontro uma viatura, então peço que a polícia faça essas abordagens e não olhe apenas a documentação. Eu ando correto, minha habilitação está em dia e acredito que durante as blitzes tem que fazer uma vistoria nos condutores e passageiros. Sou a favor da blitz com respeito ao cidadão”, destacou.
Wesley Bacelar Silva Bento trabalha como motoboy há quatro anos em Feira de Santana. Ele também afirma que os relatos de assaltos pela categoria são constantes e afirma que ele mesmo já foi vítima mais de uma vez.
“Já fui assaltado duas vezes e conheço outros colegas que foram assaltados. Estamos revoltados com essa falta de segurança que vivemos. A gente quer chamar atenção para a falta de segurança também dentro dos bairros que a gente circula”. Ele também pediu que abordagens sejam realizadas durante as blitzes.
“A gente veio pedir mais segurança. As blitzes que a gente vê é somente para conferir documento. Precisa de uma atenção nas abordagens, olhar se as pessoas estão armadas, se tem drogas. A gente quer se sentir seguro. Ontem foi um colega e amanhã?”, questionou.
O motorista por aplicativo Pedro Uber, esteve presente na manifestação para fortalecer e apoiar a reivindicação das motoboys. Ele cobrou respeito à categoria e destacou que o jovem assassinado era pai de família. “Todos nós somos trabalhadores por aplicativo e merecemos respeito. Faço parte de vários grupos de aplicativo da cidade e esse colega que faleceu fazia parte de um dos grupos. A gente sabe que ele era trabalhador, pai de família e só queria levar o sustento para casa. Ele estava no exercício da sua função, trabalhando, e aconteceu essa tragédia”, lamentou.
Veja vídeo:
Leia também
Jovem é vítima de latrocínio em Feira de Santana; suspeito é preso após o crime
Pai de jovem vítima de latrocínio lamenta perda do filho: “Trabalhador, pai de um bebê de 4 meses”
Homem que matou jovem foi preso por latrocínio; delegado dá detalhes sobre o crime
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos canais no WhatsApp e Youtube e grupo de Telegram.