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Morreu na manhã desta terça-feira (1º), às 9h47, com 53 anos, o radialista e locutor da Rádio Princesa FM, Rogério Magalhães de Santana. Ele estava internado desde o dia 15 de maio no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) em Feira de Santana com covid-19, e sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) no domingo (30).
Ainda na segunda-feira (31), um protocolo foi aberto para identificar se houve morte encefálica (parada de todas as funções do cérebro), mas não foi realizado. O diretor do HGCA, José Carlos Pitangueira confirmou o falecimento por meio de uma nota.
“É com grande pesar que informamos o falecimento do paciente Rogério Magalhães, radialista”.
A direção do HGCA lamenta a morte do radialista. Rogério Magalhães deixa esposa e filhos.
Rogério foi acusado de cometer abusos sexuais contra a filha e a enteada, há mais de 20 anos, quando as vítimas ainda eram crianças. A denúncia foi feita no mês passado. Por conta do estado de saúde, o inquérito estava parado na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), aguardando ele receber alta para prestar depoimento.
Após a notícia do falecimento do radialista, a Fundação Santo Antônio, por meio de seu superintendente, o professor Dr. Frei Jorge Rocha, divulgou um pronunciamento nesta manhã.
Leia na íntegra:
ÉRIS: A NOTÍCIA QUE MATA
São conhecidos os ditos jornalistas que querem aparecer mais que a notícia. O que querem, na verdade, é alimentar a voracidade de leitores ávidos por sangue, mesmo que seja o sangue humano. São nutridos pela miséria alheia, por um passo de infortúnio que alguém tenha dado no passado, mesmo que tenha sido há 30 anos. Imediatamente, tais fatos, como por encanto de um F5, são atualizados como se tivessem acontecidos no dia de ontem.
São os partidários da deusa Éris que, na mitologia grega, era a deusa da discórdia. Filha dos reis do Olimpo Zeus e Hera. Éris é aquilo que são chamados pelos gregos de Daemones, ou seja, as "desgraças" para os romanos. Tomados pela inveja e pela incapacidade de crescimento, aos ditos jornalistas, só lhes resta destruir e separar, sobretudo, porque lhes faltam beleza e elegância, em sentido pleno, como faltavam à deusa Éris.
A deusa Éris está viva na “pessoa” de blogs que reverbera a desgraça alheia, ainda mais, quando a pessoa acusada, se encontra num leito de UTI, à beira da morte, sem o direito ao contraditório, sem o exercício da ampla defesa, mas com a pena máxima decretada pelos juízes plantonistas das redes sociais, sob a toga da deusa Éris. Ainda bem que tais blogs têm credibilidade duvidosa e âncoras de baixa escolaridade, exceto a sucursal da vênus platinada. Nossa reverência ao g1 Bahia!
A teia de envolvimento é tão ardilosa e catastrófica que não pode separar instituição e pessoa, classe trabalhista e indivíduo. A deusa Éris quer é “bagaceira”, quanto mais arrastar para o precipício será melhor, pois, assim, a desgraça é inteira. Eis o seu alimento, coisa de abutres, sem o qual morre de inanição por aquilo que os psiquiatras poderiam nominar como a “síndrome da notícia ruim".
Estes são os profetas e profetizas da desgraça, travestidos de jornalistas que não têm compromisso com a verdade (aletheia), mas com o furor sensacionalista. Que a verdade, a seu tempo, apareça e restabeleça as relações e faça a devida justiça, inclusive para queles que brincaram com ela. O bom jornalismo, sem minimizar a dureza da vida e dos fatos, não é aquele que pratica a servidão à deusa Éris, nem tampouco é aquele em que o jornalista aparece mais que a notícia.
O bom jornalismo é um servidor de “Aletheia”, pois sem apuração da verdade, o jornalismo “é uma fofoca organizada”. O bom jornalismo é aquele capaz de dar boas notícias, de ativar a esperança. É aquele que se propõe a prestar um serviço à humanidade, sendo capaz de retecer relações espedaçadas, mediante o bom senso da notícia. Rogério, espero e desejo que os seus algozes não sejam julgados por blogueiros abutres, com sentença de morte, através das mídias digitais, mas que sejam contemplados pelo Tribunal Divino, onde reina a misericórdia e a Verdade é transparente e imperativa. Lá, ninguém se esconde, pois é impossível condenar um inocente ou absolver um culpado. Lá, a deusa Éris não reina com discórdia nem mentiras, pois como disse o grande pensador grego Epiteto: “a verdade vence por si mesma, mas a mentira precisa de cúmplices”.
Prof. Dr. José Jorge Rocha