No Alto do Sobradinho, em Feira de Santana, moradores realizaram uma manifestação na manhã desta quinta-feira (7) para cobrar soluções para os impactos causados pelas obras de duplicação na Avenida Eduardo Fróes da Mota, no Anel de Contorno. O tráfego intenso de veículos, a falta de calçadas e a irresponsabilidade de alguns condutores tornam a travessia no local cada vez mais difícil.
O objetivo dos manifestantes foi chamar a atenção para a necessidade de um semáforo na região para auxiliar, principalmente, crianças e idosos que atravessam entre as vias, como explicou em entrevista ao Acorda Cidade, a moradora Mariza de Jesus Nunes. Apesar da presença de uma faixa de pedestre, eles ainda encontram dificuldades no local.
“Está um perigo. O pessoal tenta passar e os carros não param. A gente tem que ir ao supermercado, à feira. É uma falta de respeito”.
Rosângela Gonçalves também atravessa na rua diariamente e enfrenta os mesmos transtornos.
“Há muito tempo estamos encontrando dificuldade, principalmente pessoas de idade. O posto de saúde fica do outro lado do asfalto e não estamos podendo passar. Está sendo uma dificuldade para os alunos, os idosos, para todos. Temos que dar a mão para sinalizar, às vezes, um motorista para e o outro não, ninguém respeita”, declarou.
O medo e o risco de acidentes apontados pelos moradores expõem uma realidade difícil de aceitar que abrange a falta de respeito e responsabilidade. Segundo as leis do trânsito, dar prioridade ao pedestre que se encontra na faixa é uma obrigação do condutor. Caso contrário, está sujeito a multa por descumprimento. O artigo 214, inciso l, do Código de Trânsito Brasileiro assegura esse direito e pune os motoristas com sete pontos na carteira, além da cobrança de R$ 191,54.
Segundo Erudilho Freitas de Lima, atropelamentos são registrados na região, inclusive com vítimas fatais. Ele afirma que, por muitas vezes, passa até 15 minutos para atravessar com segurança.
Zeane Silva Cavalcanti também falou que por muitas vezes presencia acidentes
Durante a manifestação, muitos moradores ressaltaram que até há aqueles que param, mas a maioria não respeita a faixa. Eles cobram um agente de trânsito para coordenar o local ou um semáforo para resolver a situação.
Viviane Portugal estava tentando atravessar com os filhos que estudam em uma escola próxima, do outro lado da via. Por dia, ela passa pelo local quatro vezes e sempre tem insegurança.
“No passeio, há muitos carros, não tem como passar. Tenho que ir e voltar todos os dias, quatro vezes ao dia. Tanto na ida quanto na volta, é um transtorno”, disse.
A dona de casa Lúcia Lima cobrou mais sinalização por parte dos órgãos municipais.
Além disso a moradora, Carmen Luiz pontuou que à noite o problema também é frequente. Os moradores precisam sair para ir a igrejas, estabelecimentos comerciais e o risco é ainda maior.
“Até à noite é muito perigoso mesmo. Tivemos que fazer uma manifestação para ver se melhora”.
Rita Maria de Freitas esclarece que tudo piorou devido à obra de duplicação. O tráfego de veículos aumentou bastante e espaços para estacionar, por exemplo, foram ocupados por comerciantes.
“Tirou o nosso espaço, gente que mora ali há muitos anos. Quem tem carro, fica difícil até de colocar na garagem. Tem o pessoal que tem os comércios, eles fecham a rua, aí fica difícil, toda hora tendo que se indispor com vizinho”.
A reportagem do Acorda Cidade entrou em contato com o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) e a Superintendência Municipal de Trânsito (SMT) para mais esclarecimentos sobre o assunto.
Com informações do repórter Paulo José Acorda Cidade
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