Na Rua Rio Verde, localizada no bairro Conceição II, em Feira de Santana, os moradores continuam enfrentando graves problemas de saneamento básico. Em entrevista ao Acorda Cidade, Agenor Cardoso, um dos moradores mais antigos da região, relatou que a situação, que já dura muitos anos, tem piorado com o tempo.
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Agenor, que vive na localidade há 33 anos, destacou que o problema se agravou após a realização do calçamento, que bloqueou o escoamento natural da água, transformando o local em uma “bacia” permanente de água parada.
“Aqui já teve situações melhores, já teve piores. Enquanto não tinha esse calçamento, ainda funcionava, porque tinha terrenos vagos e as águas iam embora. Mas depois que fizeram, ficou essa bacia no meio. E essa infiltração que não sai. Se cavar dois metros aqui, já sai água em todo lugar. Infelizmente, não temos drenagem, esgoto, não temos nada,” relatou Agenor.
Segundo o morador, as fossas precisam de manutenção frequente, o que acaba pesando no bolso da população local. Mesmo pagando, o problema persiste e não há solução definitiva.
“Fossa ninguém aguenta limpar, porque ninguém aguenta pagar por semana. E mesmo limpando, três dias depois já está cheio de novo. Ficamos nessa situação, é água de pia, é água de tudo. Infiltração e água que não passa, ficando toda no meio da rua,” explicou ele.
A água parada preocupa os moradores, que temem a proliferação de mosquitos, inclusive o Aedes aegypti, transmissor da dengue. “Só está faltando atrair os peixes, porque o resto já tem,” brincou Agenor.
Os problemas enfrentados pelos moradores não são novos. Em outros momentos, os transtornos causados na Rua Rio Verde já foram mostrados pelo Portal Acorda Cidade. Os moradores pedem uma solução para tanta lama, esgoto e buracos, que ficam a céu aberto, causando prejuízos e doenças para a população do entorno.
De acordo com Agenor, a prefeitura já esteve no local diversas vezes para realizar medições e topografias, mas até o momento nenhuma solução definitiva foi implementada.
Os transtornos são diversos. A água acumulada gera mau cheiro e dificulta a mobilidade, tanto para os moradores quanto para motoristas de aplicativos, que muitas vezes se recusam a entrar na rua devido à condição do local.
“Isso aqui transtorna tudo, porque a água imunda dessa tem mau cheiro, tem mosquitos, sujeira. Ninguém quer passar por dentro da água, como é que passa, né? Causando todos esses problemas,” afirmou Agenor.
A situação piora durante o período chuvoso, quando a rua fica completamente alagada, impossibilitando a passagem de pedestres e veículos.
“Quando chove, a situação fica pior. Fica de uma porta a outra. A rua fica toda ilhada. É o famoso rio da lama,” concluiu.
O que diz a Superintendência de Operações e Manutenção (Soma), da prefeitura?
A Superintendência de Operações e Manutenção (Soma) informa que está ciente das dificuldades enfrentadas pelos moradores da Rua Rio Verde, no bairro Conceição ll, em relação ao acúmulo de água e à ausência de saneamento básico.
Devido à proximidade com o rio e ao lençol freático elevado, o lançamento de esgoto doméstico na via pública agrava o problema. A Prefeitura já possui estudos em andamento para a realização de obras de drenagem na região. A obra aguarda a aprovação de empréstimo da Câmara, que não ocorreu pois a presidente da Casa Legislativa nunca colocou o projeto em votação.
Sobre saneamento sanitário e esgotamento é de responsabilidade da Embasa (Empresa Baiana de Águas e Saneamento).
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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