Na manhã desta quinta-feira (22), moradores do bairro Campo Limpo em Feira de Santana, que sofreram as perdas causadas pelas últimas chuvas que caíram na cidade, foram até a Câmara Municipal para fazer um apelo por providências do poder público e para cobrar ações efetivas.
Aristides Maltez Junior, que é instrumentador cirúrgico e agente de endemias, falou ao Acorda Cidade sobre o estado de calamidade que muitos moradores de diversas partes da cidade e do bairro se encontram.
“Estamos passando o que todos os feirenses estão vivendo. Que é o estado de calamidade devido às chuvas constantes da nossa cidade e cidades adjacentes. Essa é a minha fala de socorro não só ao gestor, mas também a todos os edis que se encontram na Câmara de Feira de Santana”.
Segundo o morador, há 20 anos que os alagamentos ocorrem na região e nenhuma gestão, inclusive as anteriores, não conseguiram resolver a problemática. Aristides, que teve sua residência bastante afetada, contou o sofrimento que ele e outros moradores estão passando.
“Tive perda total de todos os meus imóveis, tirei mais de 300 baldes de água com fezes de dentro de casa. Nossos vizinhos tiveram perda total também, e até hoje nada foi resolvido. A Defesa Civil fez a visita, porém estamos aguardando a coordenação do Cras Morada das Árvores para poder dar o suporte e apoio a todos os moradores”, pontuou.
Com tantos prejuízos, inclusive de alimentos e roupas, os moradores estão aguardando alimentação e suporte emergencial por parte das autoridades. Sem saber mais a quem recorrer, Aristides relatou que a ida à Câmara foi para pedir apoio aos vereadores.
Ele ressaltou que não se envolve com a política e nem está tomando partido de nenhuma autoridade, apenas busca socorro de quem tem o dever de cuidar da população.
“Vim em nome da sociedade civil cobrar a todos os edis da Casa da Cidadania, onde todos os vereadores têm que ter um fator principal que é o compromisso com o cidadão. Eu vejo muito a fala do gestor, vereador , e a sociedade civil, onde ela fica?”, questionou.
Além disso, ele pontuou que sua fala não se refere ao empréstimo solicitado pela prefeitura, mas com relação a um plano de ação emergencial que realmente socorra a população, reconstruindo suas casas, trazendo alimentação o mais urgente possível e resolvendo o problema das inundações.
“Estamos precisando de apoio. Não queremos um abrigo, não estamos precisando de um teto para dormir ou passar a chuva, porque a minha casa foi construída com muito suor e eu acho até uma falta de respeito com o senhor que aqui esteve, a se pronunciar e dizer que era para nós fazermos os nossos cadastros para um abrigo. Não estamos aqui em estado de indigência”, relatou.
A moradora Graciele Santos Azevedo que também teve a casa alagada contou que conseguiu salvar apenas a geladeira. Os demais móveis, eltrodomésticos e pertences foram todos perdidos. Na opinião dela, o problema dos alagamentos pode ter relação com as obras do viaduto da Avenida Transnordestina.
“Depois que fizeram esse viaduto, a água fica toda alagada”, destacou.
Lourenildes Santiago, conhecida como Lourinha, confirmou a situação e disse que a água que acumula no Campo Limpo vem de bairros como Cidade Nova e Conjunto Feira VI.
“A rua da gente piorou depois da instalação do viaduto, toda a água de outros bairros desce para cá”.
De acordo com os moradores, as ruas Madre de Deus e Campos são as mais prejudicadas com os alagamentos. Juliana Vasconcelos contou que precisou ir para a casa dos pais, pois na casa dela tudo foi perdido.
“Perdi móveis, tudo. Até a feira que eu tinha feito na sexta-feira passada a água acabou com tudo”, lamentou.
O morador Osvaldo Silva relatou que em 50 anos que reside no local nunca viu uma situação de alagamento tão grave como aconteceu nos últimos dias.
“Peço ao prefeito que venha fiscalizar essas obras que estão prejudicando as nossas ruas”, observou.
O Acorda Cidade entrou em contato com a Secretaria de Desenvolvimento Social e com o Centro de Referência de Assistência Social do bairro Morada das Árvores. E aguarda o retorno.
A reportagem também irá entrar em contato com o Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit), responsável pela obra do viaduto.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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