Quem passa pela Rua Santana no bairro Novo Horizonte em Feira de Santana percebe muitos problemas que os moradores da região têm que conviver diariamente. São casas abandonadas, lixo descartado de forma irregular, esgoto a céu aberto, áreas de lazer sem manutenção e muito mato. Com tudo isso, um mal ainda maior tem tirado a paz dos moradores e adoecendo crianças, jovens e idosos na região, a dengue.
No último dia 14, o Ministério da Saúde anunciou que todos os estados do país têm apresentado tendência de queda no número de casos da doença. Desde o início do ano, o Brasil tem passado pela epidemia de dengue, chegando a 4.797.362 casos prováveis.
Na Bahia, as últimas mortes pela doença foram registradas nos municípios de Vitória da Conquista, Encruzilhada e Jacaraci, totalizando 59 óbitos no estado. Quatro foram em Feira de Santana.
Apesar da queda no número de casos, essa realidade ainda não passou. Na manhã de sexta-feira (24), a reportagem do Acorda Cidade foi conferir o relato de alguns moradores da Rua Santana que pedem urgentemente uma solução para o caso de saúde pública que o local também está passando.
“Tem dias que a gente não aguenta o fedor. Ninguém vem consertar, ninguém vem dá uma solução para esse esgoto aberto na rua. Água parada. Colocaram uma tampa, mas não adiantou”, disse a moradora Maria Lúcia, que ao avistar a presença da reportagem no bairro, reuniu outras pessoas que têm enfrentado problemas por conta da dengue.
A filha da moradora Maria do Socorro também adoeceu esta semana. Ela segue sendo cuidada e investigando para identificar se não esteve com chikungunya, já que muitos moradores tiveram o diagnóstico da doença.
“Muitos aqui estão com chikungunya”, disse.
Cristina Oliveira teve dengue recentemente e confirmou que a água empoça na rua, o esgoto transborda e há focos do mosquito da dengue. Segundo ela, esta situação crítica se apresenta há mais de quatro meses.
“Aqui tem muita gente doente de dengue, porque essa água fica aí parada, com esse mau cheiro que ninguém consegue ficar nem dentro de suas casas”, relatou Cristina.
A moradora também está com sintomas da chikungunya. São dores no corpo, nas articulações, febre alta, sinais que outras pessoas próximas também estão tendo.
Josenilde Maia que também reside com a família na rua, disse que o esposo está internado em um hospital da rede particular da cidade e com suspeita de dengue ou a chikungunya. Ao Acorda Cidade, ela também reforçou sobre o descaso do poder público com os problemas estruturais da rua e que acabam, rotineiramente, prejudicando os moradores.
“Esse buraco tem tempo. Ali tinha outro. Faz tempo que não se faz nada”, disse.
Durante o tempo que a reportagem ficou no local, mais pessoas apareceram para relatar algum tipo de transtorno, seja causado pela doença ou por problemas de sujeira, mau cheiro, entre outros.
Priscila dos Santos tem um filho pequeno e estava preocupada com a água parada na rua.
“Nós temos que nos mobilizar para ver se agora alguém vem resolver tantos problemas”.
O morador Milton ainda falou sobre uma casa abandonada que pode ser um dos focos do mosquito.
O Acorda Cidade entrou em contato com a Secretaria de Saúde e aguarda retorno. A reportagem também entrará em contato com o Departamento de Limpeza Pública e a Superintendência Municipal de Operações e Manutenção (Soma) para mais esclarecimentos sobre os problemas apresentados na Rua Santana.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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