Feira de Santana

Moradores do bairro Asa Branca sofrem com queima de pneus e fuligem nas residências: “Ninguém aguenta mais”

Segundo moradores, diversas reclamações já foram registradas pelo novo aplicativo da prefeitura, Feira Conectada, mas ainda não houve retorno.

Moradoras do Asa Branca
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Moradores do bairro Asa Branca, em Feira de Santana, conversaram com a reportagem do Acorda Cidade nesta quarta-feira (2), para chamar atenção para a constante prática de queimadas na localidade. Durante o programa Acorda Cidade, da Sociedade News FM, na manhã desta quarta, um ouvinte também ligou para relatar os problemas.

O grupo, que reside em áreas próximas à Rua Ibituruna, tem enfrentado problemas com a queima de pneus nas proximidades da vizinhança. Segundo os relatos, as queimadas ocorrem na Lagoa Pindobá, localizada nos fundos da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), e espalha fumaça e fuligem para toda a região.

“Queimam pneus a noite toda, e as casas não ficam limpas, sem contar que isso está causando vários problemas respiratórios. Tem crianças que ficam sem tomar vacina por ficarem três meses gripadas. Isso já faz três anos”, relatou Eliana Rodrigues Pereira Freitas.

A moradora informou que diversas reclamações já foram registradas pelo novo aplicativo da prefeitura, Feira Conectada, mas ainda não houve retorno para solucionar o problema. Ela também disse que já entrou em contato com a secretaria responsável, mas não obteve resposta.

Moradoras do Asa Branca
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Antônia Bispo também relatou os mesmos transtornos. Além disso, ela destacou que tem uma criança em casa que precisará realizar uma cirurgia, mas está à mercê dos problemas causados pela fumaça tóxica.

“Fica difícil, até para a gente mesmo. A casa não fica limpa. É um constrangimento constante com os moradores. A gente pede que as autoridades venham ver e tomem as medidas para que isso não aconteça no nosso bairro”, afirmou Antônia.

Maria Joilsa, que mora na localidade há 10 anos, confirmou que o problema é recorrente. Ela contou que trabalha fora, e quando retorna, sua casa está suja por causa da fuligem. Ela não pode sequer deixar roupas no varal, pois também são tomadas pela sujeira.

Moradoras do Asa Branca
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Maria das Dores disse que esse é um pedido de socorro, mediante a situação que as famílias estão passando.

“Ninguém aguenta mais. Se lava uma varanda, fica tudo preto. A roupa também fica com cheiro de fumaça. Dá falta de ar, quem tem rinite sofre ainda mais. Minha filha e minha neta vivem cansadas, precisam tomar antialérgicos, e ficam inchadas por conta disso. A situação aqui é muito difícil. É um pedido de socorro urgente”.

Vivalda dos Santos, que cuida de uma pessoa com deficiência, mencionou que enfrenta os mesmos problemas respiratórios em sua casa.

Ana Cristina destacou que a fumaça geralmente começa à noite, agravando ainda mais o desconforto.

Moradoras do Asa Branca
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Outra moradora, que reside na Rua das Árvores, um pouco mais distante, relatou que também está sendo afetada pelos mesmos transtornos.

“A gente vive com tudo trancado, correndo o risco de morrer sufocado dentro de casa”, declarou.

Ela ainda contou que muitos moradores cobrem os móveis com plástico antes de sair para trabalhar, mas, mesmo assim, ao voltarem para casa, a sujeira é grande.

Secretário afirma que não recebeu denúncias

Em resposta às denúncias sobre a queima de pneus na Lagoa da Pindobá, o secretário de Meio Ambiente do município, Agostinho Froes da Mota, esclareceu que, até o momento, a pasta não recebeu nenhuma denúncia oficial através do aplicativo Feira Conectada, o principal canal atual para solicitações dos serviços da prefeitura.

“Antigamente, o cidadão tinha a oportunidade de ligar e relatar a denúncia através do 156, e o 156 fazia o filtro lá e distribuía entre as secretarias pertinentes. Agora, com o Feira Conectada, o próprio cidadão vai ao local onde está ocorrendo o crime, seja ambiental, seja poluição sonora, seja outro tipo de solicitação que ele precise, e ele faz o relato, faz o registro fotográfico e anexa na denúncia que ele está fazendo. A equipe vai receber a denúncia e se deslocar ao lugar onde está acontecendo isso”, explicou Agostinho.

Segundo o secretário, ainda não há registros recentes sobre a queima de pneus na Lagoa da Pindoba, mas a Semmam tem conhecimento sobre a prática criminosa.

“No momento em que, às vezes, encontramos alguma infração ambiental, seja poluição atmosférica, como é o caso da queima de pneus, as pessoas não estão no local. Então, de fato, a gente não tem como fazer algum tipo de averiguação e apreender equipamento ou identificar pessoas que estejam naquele local”, disse.

O secretário também afirmou que todos os telefones da Semmam estão funcionando normalmente, mas é necessário confirmar os números atuais no site da prefeitura. Ele também alertou que o Fala Feira (156), antigo canal de comunicação da prefeitura, não funciona mais para a Semmam. Todas as solicitações devem ser realizadas ou diretamente na secretaria ou através do novo aplicativo Feira Conectada.

Para realizar a denúncia corretamente, ele destacou que o cidadão deve estar no local ao registrar a queixa, pois o sistema usa a localização do celular para direcionar as equipes ao ponto exato do crime ambiental. Agostinho também mencionou que denúncias feitas de casa ou com endereços imprecisos, dificultam a ação, especialmente em áreas remotas, onde crimes ambientais geralmente ocorrem.

O secretário também comentou sobre a operação de combate ao descarte irregular de lixo em Feira de Santana e fez um apelo à população.

“O cidadão, infelizmente, está dispersando o lixo urbano em várias áreas do município. A gente agora está atuando durante a noite, durante o dia, fazendo apreensão, inclusive, de veículos. Pedimos à população que tenha cuidado, porque agora estamos encaminhando o veículo para a SMT, aplicando multa ambiental. As multas ambientais são pesadas, e, a depender da situação, podem chegar a mais de cinquenta mil reais. Então, a gente pede que o cidadão não jogue lixo nas ruas, nas esquinas ou em terrenos baldios. Isso não é correto. A cidade tem uma empresa que faz a coleta de lixo regularmente”.

Para quem deseja denunciar crimes ambientais ou solicitar serviços como a poda de árvores, por exemplo, o app Feira Conectada está disponível.

Além do aplicativo, a Secretaria também disponibiliza os números de telefone (75) 3617-0689 e (75) 3617-0693 para quem preferir um atendimento direto. “A gente está com a equipe atendendo, apesar de estar sobrecarregado, estamos atendendo todas as demandas”, reforçou Agostinho Froes da Mota.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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