Moradores do Residencial Asa Branca I, no bairro Asa Branca em Feira de Santana, estão insatisfeitos com as condições sanitárias do local, falta de medicamentos e materiais no posto de saúde, além de outros problemas relatados por eles, em entrevista ao Acorda Cidade.
Segundo a moradora Katiane Ramos Passos, o residencial está em estado de abandono.
“Nós, que moramos no Residencial Asa Branca, estamos todos esquecidos pelo prefeito na saúde, na educação, no saneamento. As casas do lixo estão pela misericórdia, os garis não vêm e quando vêm pegam só o lixo de fora e o de dentro fica aí. Está um caos, as ruas estão todas esburacadas”, contou a moradora.
Ela relatou que o posto de saúde não tem medicamentos e faltam materiais para exames ginecológicos.
“Se nós mulheres quisermos fazer um preventivo, não tem material. Não tem pediatra, não tem médico, a dentista disse que está sem material, e a gente fica na dependência do posto para fazer exames, mas não tem nada”, afirmou.
De acordo com Katiana Ramos Passos, outro problema é com relação a creche para as crianças do residencial.
“A escola-creche está há não sei quantos anos esperando reinaugurar. A construção era para estar pronta desde 2019 e nós já estamos em 2023. A gente procura, denuncia, veio uma rede de televisão aqui e entrevistou a gente, ligam para Colbert, mas ele não deu nenhum retorno sobre nada que está acontecendo. Estamos nas mãos de Deus, porque Feira está sem prefeito”, reclamou.
A moradora Ivete Melo confirmou que a creche começou a ser construída em 2018, mas a obra foi abandonada.
“Essa creche começou a ser construída em 2018. Fica ao lado do posto de saúde e está tudo velho, totalmente abandonado. A 500 metros daqui, estão construindo outra creche em um residencial aqui próximo, mas não inauguram nenhuma. Aqui as mulheres que estavam grávidas na época que começaram a construir a creche, as crianças já estão todas grandes. E as mães têm que se descolar com as crianças a partir de 4 anos de idade, que é um direito delas e um dever do município, elas têm que se deslocar para outro bairro, porque não tem a pré-escola. A gente ouve comentários, propaganda, anúncios de que está tendo escola para todos, mas não está”, desabafou.
Outra moradora do residencial Asa Branca I, Jocilene Cabral Santos disse que mora no local desde quando foi inaugurado. Segundo ela, precisa de um tratamento de saúde, mas não consegue no posto.
“Precisamos reclamar, porque aqui não temos médicos, não achamos remédios, nem para dor de cabeça. Minha filha está com problema de hérnia e não consegue tratamento. Estou com problemas na visão, estou quase cega, com os olhos inchados. Fui ao posto e marcaram para o dia 20 para me darem um retorno. Estamos aqui abandonados”, lamentou a dona de casa.
Iolanda de Jesus Silva também sofre com problemas de saúde. Ela foi diagnosticada com pedra na vesícula, mas enfrenta dificuldades para conseguir o tratamento.
“Tem um ano que estou com pedra na vesícula, vim para o posto, fiz os exames, vieram me entregar no dia 12 de dezembro. Fui para a Secretaria, e lá disseram que era obrigação do posto, que disse que não tinha nada a ver. Voltei para a médica, me passou novos exames, e quando fui marcar, não tinha os outros exames necessários, aí tive que pedir ajuda a outras pessoas”, comentou.
Retorno da Prefeitura Municipal de Feira de Santana
A secretária municipal de educação, Anaci Paim, informou em relação à creche Pró-Infância tipo I, que estava em construção no bairro Asa Branca, que a empresa abandonou a obra, mas que já está sendo feita uma nova licitação.
“Nós temos algumas obras que são construídas com recursos do FNDE, que são do programa Pró-Infância I, temos três unidades em que foram iniciadas a construção, sendo uma no Sítio Matias, outra no Aviário e outra no Asa Branca. A da Asa Branca, a empresa não concluiu a obra, foi feito o destrato, e a planilha foi atualizada, que passa também pelo FNDE. E novos procedimentos estão sendo adotados para que as creches possam ser concluídas. Como elas já passaram de 60% da obra, o tempo, acreditamos, que para conclusão deve ser um tempo bem menor”, explicou.
Ela destacou que, entre reformas, ampliação e construção, o governo municipal tem 25 obras que estão em plena execução dos anos de 2022 e 2023, e mais duas iniciadas em 2021, que são a Regina Vital e a escola Oyama Figueiredo. “Então no total são 27 obras, reformando, ampliando, reconstruindo e construção mesmo de solo”, concluiu.
O Acorda Cidade entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde e aguarda retorno.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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