Uma comissão formada por moradores do distrito de Maria Quitéria (São José) se reuniu hoje (19) na Câmara Municipal de Vereadores para acompanhar a sessão e reivindicar o apoio dos vereadores para a realização dos festejos juninos em Feira de Santana.
O comerciante e morador do distrito Ivandson da Silva representou a comissão e utilizou a tribuna livre da Câmara Municipal para falar sobre o evento, que, segundo ele, vem perdendo força ao longo dos anos, desde que o prefeito Colbert Martins assumiu a gestão do município.
Em entrevista ao Acorda Cidade, ele afirmou que a prefeitura deveria utilizar os R$ 9 milhões que tem em caixa, na Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, para organizar os festejos, valorizando os pequenos produtores e fomentando a economia local.
“Mesmo que a Câmara autorize uma suplementação de R$ 1 milhão para a Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, não vai ter tempo da prefeitura organizar os festejos juninos. Se ele tem R$ 9 milhões em caixa, por que não utiliza esse dinheiro para fazer o São João e depois pede essa suplementação para completar o dinheiro para fazer a Micareta? Isso seria o mais coerente. O São João abrange oito distritos, os maiores são Maria Quitéria e Humildes, que têm maior população e são de fácil acesso, têm locomoção para o povo, têm atrações melhores, mas são oito distritos que fazem. E o pequeno produtor já começa a ter renda, mas também aquele que aluga o palco, o toldo para a prefeitura”, afirmou.
O comerciante acredita que a Micareta não deverá trazer tanto lucro para os cofres do município, uma vez que, os grandes empresários, donos de camarotes, é que são os maiores beneficiados.
“A Micareta, que é uma festa de quatro dias, recebe muito patrocínio, mas hoje traz mais benefício para o setor privado. Hoje virou uma festa em que o folião pipoca não tem mais o respaldo de antigamente, e as grandes empresas que fazem festas em camarotes privados, cobram valores exorbitantes, e que lucram muito mais com isso. Já o São João é a festa do pequeno, da pessoa que leva o voto para ele na eleição, que tem o pouco apurado para investir na festa”, argumentou.
Além da queda dos investimentos no São João de Maria Quitéria, outros problemas incomodam os moradores do distrito, segundo Ivandson, como a questão da infraestrutura de escolas, saúde e segurança pública.
“O poder público vem abandonando o nosso distrito dia após dia. A gente já não tem infraestrutura, uma segurança de qualidade, iluminação pública, e a única coisa que a gente tinha, que era tradição há mais de 30 anos, que é o nosso São João, o prefeito Colbert Martins se recusa a fazer. São José é um distrito que não tem comemorações patrocinadas pela prefeitura, não tem festa de vaqueiro, não uma missa na festa do padroeiro, que é São José, organizada pela prefeitura. A única coisa que a prefeitura se dispunha a fazer era o nosso São João, que já teve cinco dias de festa e isso foi reduzindo. No primeiro ano de mandato do prefeito Colbert Martins, ele reduziu nosso São João por dois dias, colocou atrás muito fracas, a gente reivindicou, mas não teve êxito. Passamos dois anos com pandemia, mas hoje depois de tudo liberado, a prefeitura novamente alega que não tem recursos para fazer, mesmo tendo consciência que tem mais de R$ 9 milhões em caixa”, lamentou.
O representante da comissão sugeriu também que a prefeitura não precisa fazer uma festa cara, mas que mantenha a tradição.
“Não tem necessidade de ele fazer um São João exorbitante, mas dá para fazer todas as festas que o distrito está precisando. Todo pequeno agricultor já começa a ter sua renda desde o Forró do Comércio. É um período que os pequenos agricultores, não só do distrito de Maria Quitéria, mas de Humildes e todos os outros distritos, conseguem levar o pão para dentro de casa, vender sua pamonha, sua canjica, seu licor”, destacou.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.
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