Moradores da 2ª Travessa Leolindo Silva, no bairro Queimadinha, em Feira de Santana, reclamaram nesta quarta-feira (4) das dificuldades enfrentadas por conta da invasão nas residências pelas águas provenientes da Lagoa do Prato Raso, devido às chuvas dos últimos dias.
Segundo eles, toda vez que chove na cidade, o nível da água da lagoa sobe e invade as ruas do bairro, deixando os moradores completamente ilhados.
Além disso, em diversos locais da 2ª Travessa, há muito mato crescido, lixo e entulho amontados próximo a um córrego que abastece a lagoa, como também animais soltos pela via.
O morador João Paulo confirmou, em entrevista ao Acorda Cidade, que os córregos da Queimadinha estão todos interditados.
“Taparam os córregos, a pressão de água empurra a terra até o final, e não recebe a devida manutenção que a prefeitura deveria dar. E em muitos desses locais os moradores habitaram. Não posso culpá-los, eles se dizem donos dos terrenos e que só a prefeitura poderia fazer a devida limpeza e drenagem da via. Quando chove, as águas sobem e invadem as casas. Não estamos pedindo uma grande revitalização, como eles estão dizendo, a gente precisa viver dignamente, e é só eles fazerem um aprofundamento da lagoa, uma grande bacia, devido à drenagem que precisa ter, para que a água flua normalmente”, informou.
Ele lamentou a situação que vive o bairro da Queimadinha, que na avaliação dele não recebe o devido cuidado por parte da prefeitura, mesmo estando no coração da cidade.
“Quando falam da Queimadinha, falam mal, mas esse aqui é um bairro maravilhoso, de pessoas que se unem quando precisa. Quando a água invade, todo mundo se une para poder levantar os móveis, que todo ano a gente vive com essa angústia, perdendo móveis aqui na Queimadinha. É sempre assim, às vezes a gente está no centro da cidade e tem que vir para casa levantar os móveis, a geladeira, um vizinho ajudando o outro”, disse.
O morador sugeriu que a prefeitura faça o aprofundamento da lagoa com um trator para melhorar a situação.
“A gente não pode viver nessa situação a vida toda. Eu não vejo dificuldade em fazer isso, bota uma balsa, um trator para aprofundar a lagoa. A administração há longos anos que não vem dando atenção, mas vivemos no coração da cidade. Toda vez que chove, dá um sereno, fica esta situação. Vivemos no descaso, não tem ninguém que olhe para a Queimadinha. Estamos pedindo só o básico”, protestou.
O mototaxista José Carlos Soares dos Santos reside na Queimadinha há 10 anos. Ele contou ao Acorda Cidade que as águas da lagoa invadem a maioria das casas.
“A água invade não só a minha, mas 50% das residências aqui são invadidas pela água, e a gente está aqui nessa agonia pedindo ajuda da prefeitura para resolver esse problema. Eu mesmo fiquei ilhado ontem. Sou motoboy e não pude sair de casa ontem à tarde, porque não tive condições. Tive que pegar a vassoura para tirar a água e meus braços estão doendo”, relatou.
Travessa Rondônia
Na tarde de ontem (3), moradores da Travessa Rondônia, situada no mesmo bairro Queimadinha, também reclamaram de alagamentos nas vias em decorrência das fortes chuvas, que ocorrem desde o fim de semana.
Segundo um morador da via, quando as águas transbordam na lagoa, as ruas ficam intransitáveis e para sair de casa, só com botas especiais e até mesmo canoas.
Com informações dos repórteres Paulo José e Aldo Matos do Acorda Cidade
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