Moradores da Avenida Fraga Maia, na região dos Condomínios Santana Tower I e II, em Feira de Santana, pedem mais segurança para os pedestres que precisam atravessar a via diariamente. Segundo eles, a sinalização das faixas de pedestres é insuficiente, faltam semáforos no local e fiscalização do trânsito.
A moradora Clariana Mendes, que reside na Fraga Maia desde 2016, com a filha, que tem a síndrome do espectro autista, contou em entrevista ao Acorda Cidade, que todos os dias ela precisa lidar com a falta de segurança no trânsito para atravessar a avenida.
“A gente não tem sinaleira, não tem faixas de pedestre decentes, pois são apagadas, os motoristas não param, há bicicletas vindo na contramão, então é um caos para atravessar. Maria Tereza foi diagnosticada aos 4 anos e meio. De manhã eu a levo para a escola e todos os dias a gente utiliza a avenida.”
Cansada dessa insegurança e com medo de que algo aconteça com ela e a filha, Clariana Mendes aproveitou as discussões em torno da realização do Esquenta Micareta na Avenida Fraga Maia, que ocorreu no início do mês, e da possibilidade de mudança da festa para o local, para publicar uma carta aberta em suas redes sociais com o objetivo de chamar atenção do poder público e toda a sociedade feirense para os problemas enfrentados pelos moradores da região com a questão do trânsito.
Ela também está colhendo assinaturas em um abaixo-assinado, que já possui cerca de 100 nomes, para pedir providências urgentes às autoridades.
“O Esquenta Micareta não foi minha preocupação principal, visto que é um evento que acontece uma vez ao ano. Em qualquer ambiente, em qualquer lugar, sempre vai ter pessoas com deficiência, idosos, e sempre vai atrapalhar alguém. Não sou contra o evento aqui, o Esquenta Micareta não era realizado, mas estou aproveitando que os olhos da prefeitura estão voltados para a Avenida Fraga Maia e estão até pensando em trazer a Micareta para cá, para que as autoridades se preocupem com o que acontece cotidianamente aqui, porque a gente não quer só festa, a gente quer segurança também”, observou.
Ela destacou que os moradores da região da Fraga Maia enfrentam muitos transtornos e ela se preocupa também com o estado emocional da filha, pois fica muito agitada quando ambas tentam atravessar a via.
“Estou colhendo mais assinaturas. Já passamos por muitos transtornos aqui para poder atravessar a rua, está cada vez mais complicado. Minha filha fica agitada muitas vezes à espera para atravessar a via e eu tenho muito medo de uma hora eu não conseguir dar conta, não conseguir segurar e acontecer uma tragédia. Muitas crianças estudam, muitos idosos também têm muito problema para poder atravessar a avenida, já presenciei inúmeros acidentes e, às vezes, a gente mora em um país que espera a tragédia acontecer para tomar uma medida; e eu espero que não seja o caso daqui. Nós moradores queremos mais equipamentos de segurança. Estou pedindo não só por mim, mas por todos os cidadãos que frequentam a Fraga Maia, pois a gente quer segurança no trânsito, faixa de pedestre, fiscalização, sinaleira, tudo que a gente tem direito. Ainda não consegui contato com nenhuma autoridade, mas não vamos desistir.”
O síndico Miguel Soares Júnior, que reside na Fraga Maia há mais de 10 anos e trabalha em um dos condomínios presentes na localidade, afirmou ao Acorda Cidade que é testemunha de como é difícil atravessar a avenida.
“Próximo ao restaurante Gauchão existem escolas, clínicas, e é muito complicado o vai e vem da rua. Inclusive, uma ciclista já perdeu a vida por ali, justamente por falta de semáforo nessa região. Apesar de ter, na minha opinião, uma boa sinalização e radar de velocidade, realmente falta a ferramenta de um semáforo e faixas de pedestres mais efetivas, para garantir a segurança da população.”
Moradora de um dos condomínios da Avenida, Iana Rocha contou que também enfrenta grandes dificuldades para atravessar a Avenida Fraga Maia todos os dias. “Faixas inexistentes, não tem uma sinaleira, grande movimento de carros e nós necessitamos de uma solução urgente.”
Já Claudia Ribeiro, que é mãe de uma jovem de 17 anos é autista, relatou que não mora na Fraga Maia, mas sempre vai ao local para visitar a filha, que reside no local.
“Sempre quando venho visitá-la, passo sufoco para atravessar a avenida, pois as poucas faixas de pedestres que tem são muito apagadas, e a maioria dos motoristas não param, infelizmente. E isso sem falar na falta do semáforo, que esse sim precisa urgente.”
Com informações do repórter Ney Silva Acorda Cidade.
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