Moradora do bairro Conceição II relata desespero após ter casa invadida pela água: ‘Perdi tudo’

Um vídeo ganhou repercussão nas redes sociais na tarde de quarta-feira (20), após a forte chuva que atingiu Feira de Santana. Nas imagens, a água invade uma residência e carrega o portão de entrada. O vídeo foi produzido por Arleide Senhorinha de Lima, moradora da Rua Cruzeiro do Nordeste, no bairro Conceição II.

A reportagem do Acorda Cidade esteve no local, na manhã desta quarta-feira (21) e conversou com a moradora. Muito emocionada, ela contou que a casa foi invadida porque o muro dos fundos não suportou a pressão da água. Ela perdeu todos os móveis e eletrodomésticos.

“Foi uma coisa rápida, a água começou a jorrar pela parede e, de repente, o muro estourou e invadiu a casa, saiu levando tudo. Eu nem lembro exatamente como foi, mas lembro que a água saiu arrastando tudo, derrubou até o portão, levou todas as coisas, os vizinhos ajudaram e pouca coisa eu consegui recuperar. Na realidade, perdi tudo, meus móveis do suor do meu trabalho e de repente eu vejo tudo isso acontecer, não é fácil, é muito triste e ninguém toma uma providência”, disse a moradora ao Acorda Cidade.

Desempregada e sem recursos financeiros para arcar com o prejuízo, Arleide contou que não tem condições de voltar a morar no local, e relatou o desespero ao ver seus móveis sendo levados pela água.

“No momento ainda estou desempregada, mas agradeço a Deus que eu estou com vida e saúde, o resto é trabalhar para reconstruir tudo novamente. Foi um desespero, eu atrás dos meus animais para saber se a água tinha levado. Eu estava sozinha no momento da chuva, vi que ela tinha ficado mais forte e comecei a filmar o muro jorrando água. Eu nem sei por onde começar, não sei o que fazer, mas sei que eu não tenho condições de morar mais em uma casa como essa. Vou esperar para que com a ajuda dos amigos, eu consiga fazer alguma coisa. Não dormi e desde ontem que não me alimento”.

Dona Marlene Pereira mora na mesma rua de Arleide. Ela contou ao Acorda Cidade que não teve prejuízos por conta da chuva, mas que precisou aumentar o muro para prevenir eventuais alagamentos em sua residência.

“Quando chove, mina tudo. O quintal eu precisei levantar porque está barril. Toda vez que chove eu perco a noite só tirando água. Graças a Deus não perdi mercadoria, tenho uma mercearia e tive que levantar o muro se não eu ia perder tudo”.

Na Rua Chaquasis, ainda no bairro Conceição II, a reportagem encontrou Maria das Graças Joventino, que também teve a casa atingida pela chuva. Mãe de dois filhos com deficiência, ela teve parte do muro lateral cedido.

Assim como mencionado no início desta reportagem com a moradora Arleide, Maria das Graças não tem condições de arcar com o prejuízo.

“Aqui na minha casa, os blocos estavam cedendo e acabaram cedendo para a casa da vizinha. Quem manda a chuva é Deus, a gente não tem culpa. Tenho dois filhos com deficiência que precisam de mim e eu sobrevivo com o auxílio do governo. Agora mesmo, preciso repor esse material para tapar o muro da vizinha. Estou há cerca de 15 dias cozinhando a lenha porque estou sem condições de comprar o botijão. Eu precisava de um saco de cimento e uma carroça de areia. É a primeira vez que a chuva invadiu assim aqui em casa, mas quando chove forte, às vezes alaga”.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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