O diretor de Planejamento e Educação Ambiental, João Dias, informou ao Acorda Cidade que será necessário a análise dos gases, análise do solo e um monitorando específico na residência situada na Rua Alcides Fadiga, no bairro da Queimadinha, em Feira de Santana, devido às altas temperaturas apresentadas em uma parte do piso da casa.
“A gente tem tido muitas preocupações com o problema do aquecimento no piso da casa de dona Rose. O município tomou algumas providências, no sábado (29) a gente trouxe o professor doutor da Ufba, Luiz Roselio, é um professor renomado no Brasil, está participando da construção da nova estação do metrô em Águas Claras. E hoje ele foi para os Estados Unidos porque está fazendo pós-doutorado em Nova Iorque, mas ficou em contato com a gente. O professor deu umas orientações de como o município através da Secretaria de Meio Ambiente deveria proceder na questão do aquecimento do piso. Como ele é geólogo, pediu que nós fizéssemos análise dos gases, análise do solo, e um monitorando específico,” informou João Dias.
Conforme o diretor de Planejamento, para que isso seja feito é necessário contratar empresas.
“Foi nos dado uma relação de empresas de São Paulo e Salvador, e nós trouxemos aqui de Salvador, a FH Engenharia. Ontem nós acompanhamos na casa de dona Rose, e também no bairro Queimadinha, onde foi coletada água do riacho Riacho Cipriano Barbosa, que é o riacho que abastece a lagoa do Prato Raso. E foi coletado também de outro riacho da Queimadinha que se conflui também com a lagoa para que a gente pudesse avaliar a temperatura, o pH, a condutividade, e fazer uma comparação com a água que está embaixo da casa de dona Rose,” disse.
O ph refere-se à quantidade de hidrogênio presente na água e no solo da residência, e segundo relatou João Dias, o ph deu normal, neutro.
“Nós também analisamos lá a temperatura, a temperatura é que deu alta. E os outros parâmetros mais específicos serão feitos em laboratório, porque a gente quer explicar de uma vez por todas o que é que está acontecendo. Aí hoje, terça-feira (1), a empresa vai enviar de Salvador um orçamento e esse orçamento será apresentado ao secretário e ao prefeito. O orçamento é para a empresa colocar o monitoramento. O geólogo sugeriu que coloque 20 piezômetros, são pequenas sondas, como se colocou em Salvador e descobriu gases no lugar que vai fazer a estação de metrô, tendo que refazer o projeto. E lá em Salvador foram duas lagoas aterradas também, aí teve que alterar o projeto da nova rodoviária e da nova estação de metrô. Aqui a gente vai colocar os 20 piezômetros por um período de tempo e aí a gente vai ter certeza de como é que está o local. Só que o custo disso não é barato. A empresa, hoje, vai mandar o orçamento, sendo aprovado pelo prefeito e pelo secretário, que eu acho, eu tenho quase certeza que vai ser aprovado, porque envolve pessoas. Aí a empresa vai vir, instalar os equipamentos e a gente vai ficar acompanhando,” explicou.
Os parâmetros analisados deram normais, mas o que não é normal, conforme o diretor de Planejamento, é a temperatura que ninguém consegue entender o porquê de continuar alta.
“Ontem a temperatura chegou a 61°C, na sexta-feira chegou a quase 72ºC, o geólogo não sabe explicar e nem profissionais que vieram da empresa FH, veio um profissional também da Sustentare de São Paulo que nos acompanhou, mas ninguém ainda entendeu. Por isso, após medir esses parâmetros, a empresa coletou o solo, coletou a água e foi levado para Salvador para se fazer uma análise mais específica para a gente saber. Deu para ver que o solo está arenoso, que a gente pegou uma parte e deu para observar um odor ainda parecendo pneu queimado. Ainda saem gases, mas não deu para precisar a quantidade desses gases. Sabe-se que pela quantidade que está saindo, a casa ainda não corre risco, mas tem questões de ter bolsões, por isso que a gente se preocupa, porque se formou um bolsão, ninguém sabe o tamanho desse bolsão de gás, e o perigo. Por isso que vão ser feitas essas análises específicas,” esclareceu.
As altas temperaturas foram constatadas apenas em um cômodo da residência de dona Rose.
“Em 2019 a casa esquentou completamente, mas dessa vez só esquentou na parte de entrada da casa, que a gente chama de primeira sala, que está quente. Inclusive o piso, principalmente, toda a sala está mais quente que o normal,” alertou.
A moradora Roseane Conceição Santos ainda continua no local.
“Ela já tirou quase tudo da casa, mas vale ressaltar que o município já se colocou à disposição para tirar dona Rose, inclusive eu já conversei duas vezes com ela para que ela saia e não saiu ainda, porque ela não quis, mas deve sair ainda nas próximas horas,” comentou João.
Existe a possibilidade da moradora retornar a sua residência após as análise, mas isso só poderá acontecer, caso o local não apresente mais perigos para os moradores.
“Existe a possibilidade dela retornar, depois de analisarmos o que está acontecendo no subsolo com uma sonda, e se não tiver gases suficientes para causar dano. E se os gases não forem gases mortíferos, que podem causar doenças a longo prazo, aí ela vai poder sim voltar para o imóvel,” compartilhou João Dias.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
Leia também:
Residência com aumento na temperatura do piso é inspecionada neste sábado (22)
Residência no bairro Queimadinha volta a ter fervura no solo e preocupa moradora
Prefeitura vai realocar família da casa com superaquecimento do piso na Queimadinha
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram