A tradicional missa em homenagem ao Rei do Baião Luiz Gonzaga, voltou a ser realizada em Feira de Santana após ficar suspensa por três anos devido pandemia de Covid-19.
A celebração aconteceu na Igreja Senhor dos Passos, e contou com a participação de muitos forrozeiros. A missa sempre acontece no dia 2 de agosto, data que marca a morte do artista, que neste ano, completou 34 anos de falecimento.
Em entrevista ao Acorda Cidade, José Rodrigues Sobrinho, mais conhecido como J Sobrinho, informou que as celebrações tiveram início no mesmo ano em que o sanfoneiro faleceu, e de lá para cá, virou uma tradição.
“Luiz Gonzaga faleceu no dia 2 de agosto de 1989, e quando foi no dia 2 de setembro do mesmo ano, nós fizemos uma missa em homenagem póstuma pelo trigésimo dia. Isso aconteceu, depois quando foi em 1990, nós fizemos a missa de um ano e hoje já estamos aqui nesta celebração de 34 anos. Infelizmente por conta da pandemia, nós ficamos aí durante os anos de 2020, 2021 e 2022 sem realizar a celebração, ano passado ainda existia a questão da pandemia, então de fato, esta é a primeira celebração presencial após a Covid”, informou.
Para J Sobrinho, Luiz Gonzaga é considerado como um ícone da cultura nordestina.
“Na condição de artista, ele é um ícone da maior referência da nossa cultura do Nordeste. Precisamos trabalhar na preservação, até mesmo um resgaste de muita coisa que já se perdeu no tempo. Nós estamos nesta luta, e ultimamente a barra está pesada para a gente conseguir algum êxito, algum sucesso na recuperação”, apontou.
De acordo com o forrozeiro, a cultura está sendo desvalorizada e na noite do São João, artistas de outros segmentos estão tomando conta das atenções.
“Na noite de São João, o que prevalece no palco, são as atrações que não possuem vínculo nenhum com os festejos tradicionais, e isso tem sido um prejuízo muito grande dentro da nossa cultura, e para o nosso povo. Hoje já é impossível viver do forró, nós temos dificuldades claras para conseguir espaço no período junino. Houve uma época na década de 70, início de 80, os músicos que não tinham vínculo com o São João, guardavam seus instrumentos e diziam: ‘chegou o São João e eu também vou dançar meu forró’, mas agora não, os artistas estão aí competindo espaço, querem ganhar dinheiro também”, declarou.
Também presente na celebração, Baio do Acordeon relembrou bons momentos que viveu com Luiz Gonzaga, até da carne de sertão com farinha no antigo Campo do Gado Velho.
“Demorou muito para ter essa missa, estava com saudades até porque sempre participei, todo ano estou presente. Isso me lembra da época que eu estava junto com Luiz Gonzaga, a gente sentava com ele pra comer carne de sertão com farinha e aquele conhaque lá no Campo do Gado Velho”, afirmou.
Para Baio, não existe outra coisa melhor, se não for o forró.
“Não tem outra coisa na minha vida se não for isso aqui, no mês de junho a gente se apresentou bastante, fizemos shows em Salvador, Aracaju, todo canto a gente estava participando e eu vou morrer dançando forró e tocando sanfona”, disse ao Acorda Cidade.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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