Nesta quarta-feira (26), a Associação de Apoio à Pessoas com Câncer (AAPC) completa 21 anos de fundação. Em razão desta comemoração, uma missa foi realizada no local pelo Arcebispo Emérito Dom Itamar Vian para os convidados e pacientes.
Atualmente, a AAPC possui 2.500 portadores de câncer cadastrados que recebem algum tipo de benefício da instituição. Conforme informou ao Acorda Cidade, o advogado e presidente da AAPC, Roque Mota, na Bahia existem apenas três cidades que oferecem tratamento oncológico: Feira de Santana, Itabuna e Salvador.
“Quando há suspeita de câncer em qualquer cidade do interior da Bahia, esse paciente vai para a regulação de saúde, e no caso de Feira de Santana quando há vagas nos hospitais Unacon, Dom Pedro, Clériston Andrade e Hospital da Criança, a regulação transfere esse paciente para cá”, explicou.
Quando o paciente chega ao setor social do hospital é feito perguntas para saber se ele possui condições de se manter na cidade.
“É perguntado se o paciente tem condições de pagar hotel, se possui parentes na cidade, para que seja encaminhado para a AAPC. Então, a AAPC dá todo esse suporte ao paciente, desde hospedagem, alimentação, transporte para o hospital, cestas básicas para aqueles que não têm benefícios previdenciários, é uma gama de serviços que faz o tratamento acontecer. Se não houvesse a AAPC esses pacientes estariam impossibilitados desse tratamento”, pontuou.
A AAPC é um orgulho para a sociedade de Feira de Santana, apontou Roque. “Hoje a AAPC vive de doações da sociedade, através de verbas paras as despesas imediatas da instituição, e principalmente através de alimentos, porque nós distribuímos mais de 500 cestas por mês. Isso representa quase 15 mil quilos de alimento todo mês. A sociedade por meio de campanhas em instituições escolares, faculdades, toda sociedade está envolvida nesse trabalho”, abordou.
Roque destacou que preza pela transparência nas atividades realizadas pela Associação de Apoio. “Nós tornamos isso público, colocamos no nosso mural, nossas contas estão abertas para qualquer pessoa que chega aqui e queira ver, então é uma instituição que trabalha com total transparência, e isso certamente dá credibilidade e nós sentimos isso na sociedade”.
Ao Acorda Cidade, o presidente da Associação disse que possui apenas um convênio que está sendo celebrado com a prefeitura para pagar o aluguel da instituição. “Fora isso, toda a nossa verba vem de doações”, ressaltou.
Durante a primeira fase do tratamento, período que dura cerca de um ano e meio, os pacientes são acolhidos. “Nesse período o paciente fica internado, eles retornam para os seus lares nos finais de semana, quando moram em cidades próximas, ou em finais de semana prolongados quando são cidades mais distantes. Durante esse tempo eles ficam hospedados aqui. Depois vem a fase de manutenção que eles vem de três em três meses, em seis e seis meses, e assim sucessivamente”, explicou.
A associação oferece também apoio jurídico, psicológico, assistencial e nutricional. “Temos uma gama de serviços que dá apoio e suporte a esse paciente”.
Ciência e Fé
Dom Itamar Vian, arcebispo Emérito de Feira de Santana, também estava presente na Associação, a fim de realizar uma missa aos presentes e destacou a importância do trabalho realizado pela AAPC.
“Há 21 anos tive a graça de abençoar o surgimento da AAPC, e hoje é uma obra que presta um serviço extraordinário, não somente ao município de Feira de Santana, mas toda a essa grande região da Bahia. Aqui trabalham pessoas com uma dedicação extraordinária que merecem a nossa gratidão. E junto hoje celebramos essa missa, louvando e agradecendo a Deus pelas pessoas que aqui trabalham e por tantas e tantas pessoas que aqui encontraram um ambiente saudável, digno e que trata uma doença difícil, mas que muitas pessoas conseguem recuperar a saúde”, disse.
Dom Itamar relatou que a fé e a ciência devem andar juntas no enfrentamento à doença. “Devemos trabalhar com todos os recursos científicos disponíveis, mas nunca dispensar a fé. Quem acredita em si, e quem acredita em Deus tem uma potencialidade muito maior de aceitar e assumir a doença, e também de muitas e muitas vezes conseguir a cura, sem dúvida nenhuma, a fé tem um poder extraordinário na cura e na recuperação das pessoas”, frisou.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.
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