A Associação de Apoio a Pessoa com Câncer (AAPC) de Feira de Santana, está celebrando 22 anos de fundação. Para comemorar a data, uma missa em ação de graças presidida pelo arcebispo emérito Dom Itamar Vian, foi realizada na manhã desta quarta-feira (24) na sede da Associação.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o presidente da AAPC, Roque Mota, informou que cerca de 2.500 pacientes recebem apoio da unidade, e comentou sobre a necessidade de ter uma sede própria.
“Hoje nós estamos atendendo mais de 2.500 pacientes portadores de câncer, e nossas instalações físicas já estão pequenas para nossa necessidade. Hoje, nossa busca é de um local para ter nossa sede própria, para ter mais conforto e ampliar os serviços. Logo após a pandemia, houve um crescimento substancial dos casos de câncer, e a estrutura está pequena para a demanda de hoje”, explicou.
Ao Acorda Cidade, Roque Mota detalhou que um dos maiores desafios enfrentados pela AAPC, é a doação de alimentos.
“O maior desafio é de alimentos. A AAPC hoje entrega cerca de 500 cestas de alimentos por mês, são quase 15 mil quilos de alimentos todo mês, e esse é o nosso maior desafio, conseguir atender essa demanda”, disse.
Diretora de Relações Públicas da AAPC, Maria Betânia explicou que a missa já faz parte da tradição em comemorar mais um ano de fundação e detalhou os serviços ofertados na unidade.
“Essa missa é uma missa que nós já temos história. Todos os anos Dom Itamar vem para ajudar a gente a celebrar. E essa missa de hoje foi na intenção da Izoneide, nossa paciente que era assistente social da AAPC e que faleceu. Sofreu muito, passou muitos anos aqui com a gente, e pôde ajudar muitos pacientes a levarem autoestima e melhorarem. Nós prestamos serviços de psicologia, fisioterapia, nós temos nutricionistas, assistente social, tudo o que podemos fazer para alegrar o paciente, dando apoio, bolsa de colostomia, remédios e tudo mais, tudo isso a gente faz pelos pacientes”, disse ao Acorda Cidade.
Segundo Maria Betânia, a AAPC possui pouco mais de 50 leitos, que são divididos para homens, mulheres e crianças.
“Aqui estão mais ou menos uns 50 leitos, onde nós distribuímos homens, mulheres e crianças também, nos outros quartos. Estamos esperando para termos nossa sede própria ainda, porque ainda aqui é aluguel, e aí a gente fica só orando e pedindo a Deus. Cabe com certeza uma casa maior e um coração maior”, afirmou.
Luciene Santana de Oliveira é colaboradora da Associação desde a fundação. Ao Acorda Cidade, ela contou que teve câncer com 22 anos. Teve o apoio da unidade e hoje ajuda outros pacientes.
“Tudo abaixo de Deus, a AAPC é tudo. Não tenho nem palavras, é nota mil sempre, para mim e para todos. São pessoas agraciadas, pessoas abençoadas, Dr. Roque, Sandra, Betânia, toda a equipe. Como eu falei, do que atende ao portão, do que arruma a cesta, não diferencio ninguém. Eu sempre trago pessoas, me ajudam com a palavra, eu sou muito acolhida, se eu pudesse eu morava aqui dentro, porque aqui eu vejo a casa de Deus. Eu comecei a ser acompanhada em 97. Hoje eu tenho 49 anos e na época eu tinha 22. E desde quando eu comecei, descobri o câncer e venho sendo acompanhada, eu conheci a casa e não saio daqui. E tudo que eu preciso, a casa está rente comigo. É na espiritualidade, é no financeiro, é na acolhida, é tudo. É presente de Deus na minha vida e de cada paciente que aqui chega”, declarou.
Quem também esteve presente na missa de ação de graças, foi o prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins. Ao Acorda Cidade ele destacou o trabalho que a AAPC realiza com os pacientes.
“Nós temos um convênio e esse tipo de assistência é absolutamente importante para as famílias e para as pessoas que têm câncer. Portanto, é um trabalho que a prefeitura já faz há muito tempo e a gente manteve esse trabalho porque trata-se de pessoas que têm de melhor para poder ajudar outras, diminuir os seus sofrimentos. Câncer é uma doença crônica, é uma doença que na maioria das vezes só cura quando se descobre bem no início e o presidente Roque me falou aqui que são 2.500 pessoas acompanhadas e atendidas e mantidas aqui nessa casa. A AAPC, na verdade, não é uma instituição, é uma casa na qual pessoas utilizam-se do que têm de melhor para poder doar, para poder diminuir o sofrimento de alguém. Então, fico muito satisfeito em podermos continuar esse trabalho. Ele não começa agora, não vai terminar agora e a nossa participação é a participação de manter, como o João Martins, que começou esse trabalho lá atrás, Roque está mantendo hoje e a gente passa aqui também ajudando da nossa melhor forma”, concluiu.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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