Com o objetivo de barrar o avanço da aprovação da descriminalização do porte de drogas para consumo próprio, que retorna a ser analisada pela corte do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (6), será realizado um ato hoje, às 10h, na Praça de Alimentação de Feira de Santana. A mobilização é nacional, promovida pela Marcha das Famílias Contra as Drogas e deve ser intensificada também nas redes sociais.
Segundo o voluntário do grupo na cidade, Luís Américo Silva Soares, o movimento surgiu em 2019, quando a pauta voltou a entrar em discussão pela sociedade e pelo poder público. Ao Acorda Cidade, o servidor público deu mais detalhes sobre a intenção dos que são contra a descriminalização, que é quando o estado deixa de considerar o porte como crime.
“Realizamos em todo o Brasil um manifesto para que chegasse tempo hábil aos excelentíssimos ministros do STF para que não votassem a favor da inconstitucionalidade do artigo 28 da Lei 11.343/6, atual lei antidrogas em vigor no país”, disse.
Segundo o servidor, o movimento na cidade conta com a participação de 50 pessoas ativas que devem se manifestar nas redes sociais ou no ato presencial, na praça de alimentação.
“A marcha das famílias novamente irá fazer seu manifesto, seja de forma virtual, seja de forma física, neste mesmo dia, antecedendo horas do julgamento no Supremo Tribunal Federal. Desde já, se formos realizar de forma física na Praça de alimentação, externo meu convite a todos, a todos que são contra a possível legalização das drogas”.
Além disso, Luís Américo ressaltou motivos apontados pelo movimento que defende a não descriminalização. Ele destacou a importância para os participantes da ação de prevenir o uso de drogas entre crianças e adolescentes e expressou preocupação com o possível impacto em caso de aprovação.
“Temos crianças e adolescentes vítimas de CVLIs (Crimes Violentos Letais Intencionais), por sinal, um número crescente e assustador. Então, nós não podemos nos calar, cruzar os braços em um momento crítico, que talvez seja tarde, porque já existem cinco votos a favor. Se nesta quarta mais um ministro do STF disser sim à descriminalização, à inconstitucionalidade do artigo 28 da lei antidrogas em vigor, será tarde. Não poderemos mais chorar o leite derramado. E assim conclamo todos. Se unam à causa, não se calem, se manifestem, usem suas redes sociais, se preferirem, usem com a hashtag STF, vote não, e assim poderemos vencer esse fantasma que tira o sono das famílias de bem deste país”, declarou ao Acorda Cidade.
Luís Alberto ainda afirmou que é contra a descriminalização das drogas por motivos pessoais e a favor da implementação de programas de prevenção nas escolas.
“Se hoje estou abraçando essa causa é porque tenho motivos de sobra, quem me conhece sabe e não irei de forma alguma recuar neste momento, sou contra a legalização de drogas, sou sim a favor de que se implante no ensino fundamental uma disciplina de prevenção, porque nossas crianças e adolescentes precisam conhecer bastante o tema e saber, no futuro, dizer sim ou não quando se depararem com substâncias psicoativas”, finalizou.
Em nota conjunta, divulgada na terça-feira (5), a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) informaram que são contra a descriminalização da maconha por conta dos impactos que a mudança na legislação pode trazer. Além disso, eles alertaram para o consumo de drogas, os índices de homicídios e suicídios no país.
A Lei 11.343/6 citada pelo servidor diz respeito sobre comprar, guardar ou portar drogas sem autorização para consumo próprio. Descriminalizar seria desconsiderar essa ação como crime para usuários, por exemplo.
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Com informações da jornalista Maylla Nunes do Acorda Cidade
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