Laiane Cruz
Manifestantes saíram às ruas de Feira de Santana, na manhã deste sábado (3), para protestar contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a favor da vacinação contra a covid-19. Os participantes caminharam pelas ruas da cidade segurando faixas e cartazes e com gritos de protesto.
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade
Assim como em diversas cidades do país, os manifestantes pediram ainda pela volta do auxílio emergencial de R$ 600 e o impeachment do presidente, investigado por suposto crime de prevaricação no processo de compra da vacina indiana Covaxin.
O deputado estadual Robinson Almeida (PT) acompanhou o ato e afirmou que os protestos foram motivados pela condução do governo federal diante da pandemia e a perda de meio milhão de pessoas em decorrência da doença.
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade
“Vim porque o Brasil não aguenta mais tanta dor, sofrimento, com mais de 520 mil vidas perdidas pela negligência e a irresponsabilidade da condução do presidente Bolsonaro diante dessa pandemia, e agora mais ainda que está sendo revelado ao Brasil que há um esquema de corrupção envolvendo o governo federal no Ministério da Saúde e nós queremos que tudo seja investigado. Não podemos ter uma tragédia de meio milhão de mortos e os responsáveis não serem identificados e punidos pela sua conduta inadequada diante da pandemia. Então vim ser solidário ao movimento social, ao povo de Feira, pra dizer que basta, temos que ter vacina no braço, comida no prato, porque o povo brasileiro não merece um governo tão incompetente quanto esse”, declarou o deputado.
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade
Ele destacou ainda que todo governante que comete crime de responsabilidade é passível de receber um impedimento pela sua forma de governar. “O impeachment é um movimento político também e o presidente a cada dia perde apoio, sua popularidade, mas tem um conjunto de deputados do centrão, que estão mamando nas tetas do governo e estão sustentando o mandato dele. Vamos ver no que vai dar. O importante é que nós tenhamos uma esperança de futuro.”
O coordenador geral da Adufs, Elson Moura, frisou que o ato é nacional e faz parte de uma agenda de manifestações pelo impeachment de Bolsonaro e do vice-presidente Mourão.
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade
“Esse projeto a cada dia vem se revelando um projeto de morte. Os últimos acontecimentos têm mostrado que é mais um governo, que adere a um elemento tão imprescindível do capitalismo, que é a corrupção. E toda aquela história de vamos mudar isso aí se revelou uma conversa de eleição. Nesse sentido e por conta dessas novas movimentações, que nacionalmente e aqui também em Feira de Santana, os sindicatos, as centrais sindicais, os partidos, movimentos sociais e o movimento estudantil, resolveram antecipar algo que estava marcado para o dia 24 de julho. O que pra nós da Bahia é bem importante, por ser um dia depois de um marco na história do estado e do nosso Brasil”, destacou o professor da Uefs.
Ele reforçou que os manifestantes em todo o Brasil estão reivindicando vacina no braço, comida no prato, Fora Bolsonaro e Fora Mourão. “A gente busca colocar a classe na rua. A gente tem uma contradição se desenvolvendo no espaço institucional, e a CPI é a expressão máxima disso, mas a classe trabalhadora tem que se colocar nas ruas.”
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade
A manifestante Hildete Neves de Farias, que já foi gerente do INSS em Feira de Santana, afirmou que os servidores públicos se juntaram à luta também contra a reforma administrativa, que é a PEC 032.
"De uma forma geral ela acaba com o serviço público, principalmente o INSS, que lida diretamente com as pessoas. Então a nossa preocupação maior é porque ela extingue o serviço público de um modo geral, tirando os direitos de quem precisa, pois querem a eliminação do concurso público e nós sempre trabalhamos sem privilégios, atendendo a todos e todas."
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.