Gabriel Gonçalves
Manifestantes se reuniram mais uma vez, na tarde desta quarta-feira (18), em Feira de Santana, para protestar contra o governo Bolsonaro. Desta vez, a concentração foi realizada em frente ao Correios da Avenida Presidente Dutra.
Os servidores públicos municipais, estaduais e federais, entraram em greve nesta quarta, contra a reforma administrativa imposta pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Em entrevista ao Acorda Cidade, a coordenadora do movimento na cidade, Hildete Farias, explicou que o movimento segue um calendário nacional iniciado no dia 1º de maio.
"Esse é um movimento a nível nacional, nós estamos obedecendo a um calendário desde o dia 1º de maio que nós estamos na rua pelo 'Fora Bolsonaro'. E dizer que esse movimento aqui no Correio, se dá pela não aprovação da PEC 32. Isso demonstra que estão acabando com o SUS, com todos os serviços da saúde, acaba com os professores, acaba com a previdência e com todos os serviços públicos, e seremos comandados pelos políticos", disse.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Ainda de acordo com Hildete Farias, é preciso que o povo 'acorde' e que as reformas não possam acontecer.
"De um modo geral, precisamos que o povo acorde para que tenham direito aos serviços. Chega de reforma administrativa, não podemos deixar que isso aconteça, esse desmanche que está sendo feito pelo governo maldito e perverso com os trabalhadores", afirmou.
Para o diretor do sindicato dos bancários de Feira de Santana, Edmilson Cerqueira, é necessário conclamar o povo brasileiro para unir forças contra o governo Bolsonaro.
"Os bancários também estão sofrendo com este governo. Na última reunião que aconteceu, uma fala foi vazada que dizia o seguinte: 'para quê que a gente quer Banco do Brasil? Para quê Banco da Caixa Econômica Federal?'. Mas assim, esses bancos fomentaram um bom desenvolvimento do país, eu acho que precisamos de bancos para desenvolver o nordeste, o Banco do Brasil para desenvolver o país e a Caixa, que sempre balizou os juros para que não estourassem, como estão estourando agora. Então estamos aqui juntos como todo povo brasileiro, que precisa acordar, até porque, cadê o gigante que iria para a rua? Estamos aguardando porque senão daqui uns dias, as pessoas irão acordar no meio da rua, porque até as casas irão perder", disse.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, APLB, Marlede Oliveira, com todas estas reformas que estão acontecendo, muitas pessoas irão morrer sem ter o prazer de se aposentar.
"Hoje estamos participando dessa manifestação devido à proposta do Governo Federal que depois de fazer a reforma trabalhista precarizando todo o trabalho, tirando os direitos dos trabalhadores, veio com a reforma previdenciária, sendo que a maioria dos trabalhadores brasileiros irão morrer e não irão se aposentar. A gente lembra do trem da alegria aqui na Bahia em 85, onde tivemos quase 30 mil servidores públicos sem concurso e querem voltar com isso, como essas empresas de cooperativas daqui de Feira de Santana que contratam os servidores, mas não possuem os direitos e ficam com os salários atrasados", pontuou.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Ainda segundo Marlede Oliveira, com a reforma administrativa, os servidores públicos serão prejudicados.
"Isso não é uma reforma administrativa para organizar o país, e sim para destruir e prejudicar os servidores públicos. Nesse sentido, a APLB não poderia ficar de fora. Estamos vivendo em um momento difícil nesse momento de pandemia com o governo estadual querendo retornar com as atividades de forma forçada, sendo que escolas aí não possuem condições, não há arejamento, janelas em salas. Estamos aqui para dizer fora Bolsonaro e contra a reforma administrativa", concluiu.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade