Trabalhadores do Boulevard Shopping realizaram na tarde desta quarta-feira (19), uma manifestação com o propósito de pedir mais segurança, compensação financeira e redução do horário no sábado da Micareta, festa prevista para acontecer entre os dias 20 e 23 de abril, em Feira de Santana.
Ao Acorda Cidade, a comerciária Patrícia Moreira dos Santos relatou que trabalha além do horário sem receber pelas horas extras.
“Trabalhamos todos os horários de feriados sem nenhuma resposta. Em feriados estamos trabalhando além do horário, sem receber nada por isso. No sábado vai ser aberto horário normal até às 22h, não tem ônibus para isso. E no domingo também trabalharemos normal”, expôs.
Além disso, os trabalhadores denunciaram que lojas estão sendo assaltadas dentro do shopping por falta de segurança.
“Foi assaltada hoje, por sinal, uma farmácia. Não temos segurança, a Micareta vai começar em horário mais cedo e nós vamos sair só às 22h, sem nenhuma segurança, sem pagamento para um carro por aplicativo ou motoboy, temos que estar nos arriscando para poder pegar transporte público depois das 22h”, desabafou.
O comerciário Donato Henrique, que trabalha no shopping há 1 ano e quatro meses, abordou que a criminalidade da cidade não colabora com a segurança.
“Hoje à luz do dia tivemos a farmácia sendo roubada. O segurança particular só serve para multar as lojas, a gente e está aqui para nos barrar, quando a gente chega sem crachá não entramos, mas bandido entra armado. Se uma pessoa passar um dia aqui, verá o caos que a gente vive”, frisou.
Geovana Araújo dos Santos trabalha há oito meses no shopping e contou ao Acorda Cidade que tentaram impedir a realização da manifestação.
“Queremos segurança e redução do horário na Micareta para que possamos chegar seguros em casa na Micareta. Não tem segurança no ponto de ônibus, a gente tem que pagar motoboy ou se virar com carro de aplicativo do nosso bolso, porque a gente não tem segurança”, enfatizou.
O que diz o Sindicato dos Comerciários
O presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio de Feira de Santana (Secofs), Antônio Cedraz, relatou que a insatisfação dos funcionários do shopping já vem crescendo desde a Semana Santa.
“A Micareta estourou de qualquer maneira, o pessoal não tá aguentando mais, em plena Micareta você trabalhar de 9h às 22h, e domingo até às 20h, não tem dia nenhum para se divertir. Isso é um regime de escravidão, a insatisfação está muito grande e eu acredito que vamos sentar agora para negociarmos essa redução e liberarmos o domingo, porque não é possível, o pessoal precisa também se divertir com os seus familiares”, apontou.
Antônio Cedraz disse que a direção do shopping abordou que essa situação deveria ser resolvida com o Sindicato Patronal.
“As coordenadoras não receberam o nosso sindicato e disse que tem que ser discutido com o Sindicato Patronal. Nesta quarta muitos assaltos já aconteceram. Muitos trabalhadores estão colocando o seu emprego em risco em função da melhoria para todos. Vários assaltos já aconteceram e a Micareta nem começou ainda. A segurança interna não dá conta e a segurança é um dos pontos principais que o pessoal está reivindicando”, reiterou.
O que diz o Sindicato Patronal
O presidente do Sindicato do Comércio de Feira de Santana (Sincofs), Marco Silva, contou que desde janeiro está tentando negociar com o Sindicato dos Empregados.
“Infelizmente tenho muito a lamentar, o Sindicato do Comércio vem tentando negociar com o Sindicato dos Comerciários desde janeiro e faltando menos de 24h para o início da Micareta, oficialmente, temos essa manifestação negativa. Quem se nega a negociar e depois faz manifestação com o apoio do sindicato laboral é lamentável. Só tenho a dizer que lamento, os lojistas estão seguindo a legislação que foi o próprio Sindicato dos Comerciários que evocou. E mais uma vez vou deixar a minha porta disponível para negociação, meu celular está ligado o tempo todo e só digo que a pior coisa que tem é a imprevisibilidade e a insegurança jurídica, é o que tentamos evitar. Esperamos que exista mais maturidade nas negociações e que a gente consiga evoluir, porque todo mundo precisa produzir, todo mundo precisa pagar as suas contas, se divertir, quem quer viajar precisa ter essa previsibilidade, e não se pode através de uma imposição ou forçação de barra, de um constrangimento ilegal, querer forçar uma situação, quando desde janeiro estamos querendo negociar. Mas somos pessoas de diálogo e mais uma vez afirmo que o meu celular e o Sincofs está disponível para negociação”, concluiu.
O Acorda Cidade irá em busca de um retorno com a direção do Boulevard Shopping.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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