Feira de Santana

Mais de 200 animais soltos já foram recolhidos nas vias de Feira em 2018, diz Centro de Zoonoses

Segundo Mirza Cordeiro, a grande maioria dos cavalos é de carroceiros, que deixam os animais soltos e podem provocar acidentes.

Laiane Cruz

O Centro de Zoonoses de Feira de Santana já recolheu este ano 213 cavalos nas vias públicas do município. Em 2017, foram 854 animais. Animais soltos pelas ruas da cidade estão entre as causas de acidentes, como o que ocorreu na noite de ontem (12), provocado por um cavalo na BR-116 Sul, na Avenida Eduardo Fróes da Mota (Anel de Contorno), no trecho do conjunto Feira IX, que deixou uma pessoa morta e outra ferida.

De acordo com a médica veterinária do Centro de Zoonoses, Mirza Cordeiro, a prefeitura disponibiliza um caminhão que circula diariamente fazendo a remoção de animais em vias públicas, e os números tem aumentado a cada ano.

“As pessoas têm os animais e trabalham o dia inteiro com eles, que não têm descanso, pois os proprietários saem para tirar o seu horário de almoço e eles ficam ao sol, atrelados às carroças, sem água e sem alimentação, e quando chega ao final do dia eles soltam os animais para que busquem o alimento, por isso acontecem os acidentes”, explicou.

Segundo Mirza Cordeiro, a grande maioria dos cavalos é de carroceiros, que deixam os animais soltos. “Infelizmente, isso não é crime, é uma contravenção. Houve uma época que nós fazíamos denúncia-crime, as pessoas eram ouvidas na delegacia, mas não há uma lei rígida para prender essas pessoas. Mas existem mudanças no código penal, pois o animal ainda é visto como uma coisa e não como um ser, que sente dor, tem necessidades de período de descanso. A multa é de 100 reais”, salientou.

A veterinária destacou ainda que a prefeitura tem um custo elevado com o programa de remoção. São gastos com gasolina, alimentação e medicamentos para os animais que chegam doentes ao local.

“Esse dinheiro poderia ser revertido para outras coisas. O animal de carroça ou para qualquer fim, as pessoas têm que ter responsabilidade, a guarda responsável, e não deixar soltos em vias públicas. Feira já é uma cidade que não comporta esse tipo de situação. Todos têm que ganhar seu pão, mas com responsabilidade”, ressaltou.

Ela lembrou também que, no Centro de Zoonoses, além de cavalos, há outros animais, como cães que chegam com suspeita de raiva, leishmaniose, leptospirose, e ainda escorpiões, roedores e pombos.

“Somos um centro de controle de zoonoses, não hospital ou para atendimento clínico. E não se pode adentrar animais que não tenham zoonoses no centro. A gente precisa seguir o que é preconizado pelo Ministério da Saúde, onde somos um local para controlar as zoonoses, que são doenças transmitidas para o ser humano.”

Com informações e fotos do repórter Paulo José do Acorda Cidade. 

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