Cerca de 20 mil jovens desbravadores, entre 10 e 15 anos de idade, estão no Parque de Exposições João Martins da Silva, em Feira de Santana, participando do Campori, um grande acampamento realizado pela Igreja Adventista do Sétimo Dia com o tema “Resgatados”. O Campori começou na quarta (13) e segue até o próximo domingo (17).
O pastor Eduardo Batista, que é coordenador do evento, informou ao Acorda Cidade que a cada cinco ou sete anos, a igreja reúne todos os clubes desbravadores dos estados da Bahia e Sergipe, que é chamado de União Leste e abrange cerca de 38 mil desbravadores. Segundo ele, os desbravadores é um trabalho direcionado para jovens de 10 a 15 anos de idade.
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“Cada igreja Adventista na comunidade onde está inserida desenvolve um trabalho para desenvolvimento físico, mental e espiritual para esta faixa etária. Isto é o trabalho dos desbravadores. Eles fazem trabalhos de atividades físicas, atividades culturais, desenvolvimento de conhecimento. Temos aproximadamente mais de 450 especialidades, como, por exemplo, arte de fazer sabão, eles aprendem a cozinhar, aprendem corte e costura, entre outras especialidades”.
Segundo o pastor, essas atividades auxiliam no desenvolvimento intelectual dos jovens. Ele afirma que a igreja acredita que as faculdades do ser humano se desenvolvem de três direções diferentes: física, mental e espiritual, e o Clube dos Desbravadores, pedagogicamente, desenvolve e direciona as atividades para a faixa etária do evento. O pastor Eduardo Batista explica as atividades.
“O dia começa cedo. 5h30 da manhã, esses 23 mil jovens se levantam, vêm para a arena e têm um culto especial, música, um momento devocional. É a parte espiritual. Depois Tomam o café da manhã e eles saem para as atividades que vão durar o dia inteiro. Eles visitam um shopping onde existem os estandes com trabalhos sociais diferentes e aprendem acerca do desenvolvimento social e a interação com a comunidade. Na sequência, vão para a ativa e tem um parque de diversões, porque ninguém é de ferro e eles precisam se divertir também. Além disso, nós temos atividades recreativas, mas de modo lúdico. Ou seja, eles vão brincando e aprendendo”, destacou.
O pastor também falou sobre a megaestrutura montada para atender a esses 23 mil jovens. Ele destacou que é um trabalho desafiador, mas disse que o sorriso estampado no rosto de cada adolescente é o maior presente.
“Estamos com um hospital que possui 20 leitos e 20 médicos, além de profissionais da área de enfermagem, psicologia. Nós temos o corpo de dentistas aqui presente também. Temos fisioterapeutas e uma inovação bem legal que é uma sala de estabilização chamada de ‘sala da calma’. Às vezes, entre as crianças tem alguém com TDAH, uma criança com autismo, que precisa de um tratamento especial. Então tem essa sala que é completamente emborrachada, climatizada, com luz adequada e som ambiente. Esses adolescentes com essas características, às vezes, ao ver um contexto com muita gente e muita atividade, podem não se sentir bem e a sala da calma vai ajudar”, explicou.
Com relação a segurança, o pastor Eduardo Batista informou que além de adultos voluntários, que ajudam a cuidar dos jovens, o local possui uma empresa de segurança contratada e uma parceria com a Polícia Militar e a Guarda Municipal.
“Se você der uma circulada, em algum momento você vai encontrar o carro da polícia dando uma ronda aqui. Obviamente eles não ficam fixos aqui porque eles têm um trabalho e cuidam de Feira de Santana inteira. Quando eles não estão, a Guarda Municipal dá uma passada. Também temos os líderes de cada clube, então você percebe que para cada criança, tem pelo menos dois adultos se responsabilizando”.
Com relação as despesas com todo o evento, o pastor afirmou que a Igreja Adventista é responsável por uma parte de investimento, por entender que é responsabilidade da própria Igreja dar um suporte para as novas gerações. Além disso, cada criança paga um valor de inscrição e essa inscrição é devolvida no formato de infraestrutura.
“Cada um desses jovens está recebendo uma sacola com um squeeze com a logo do evento, porque a hidratação aqui é fundamental, faz calor, criança tem que beber muito líquido para não desidratar. Recebe um prendedor de lenço, pois o lenço é característica do desbravador, é a nossa identidade e esse lenço é preso ao pescoço. Lenço amarelo, que significa excelência e então a gente tem que viver uma vida de excelência, fazendo sempre o melhor para Deus e para as pessoas”, afirmou.
Ligia Alves Azevedo, 14 anos, da cidade de Cordeiros, sudoeste da Bahia, enfrentou 10 horas de viagem até Feira de Santana para participar do Campori. Ela descreve a sensação de ser uma desbravadora. “Quatro anos que sou desbravadora e é a melhor sensação que existe. Você sente parte de uma família que sai em todo lugar do mundo, sempre à disposição, sempre nos ajudando. É uma luta diária, é difícil, mas todo mundo supera os desafios com a ajuda do próximo. Estou muito feliz. Aqui tem arena, a gente brincou bastante, bem divertido, está sendo bem legal”.
Ligia afirmou ao Acorda Cidade que sente saudade da família, esses dias que está participando do evento, mas destacou que a experiência é muito proveitosa. “A gente sente saudade, mas saudade a gente sente em qualquer momento, para qualquer viagem que a gente for fazer, a gente vai sentir saudade e a gente tem que desgrudar, sair um pouquinho das asas. Estou muito feliz, vamos aproveitar o momento que daqui a pouco passa”, disse.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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