Além de participarem de distintas atividades, os pacientes que moram nas residências terapêuticas vinculadas as unidades do Centro de Atenção Psicossocial (Caps), convivem também com a esperança de reencontrar familiares. Para uma das usuárias, portadora de transtorno mental, o reencontro tornou-se realidade após 17 anos, graças ao empenho da equipe do Caps Dr.João Carlos Cavalcante, que coordena a residência terapêutica na qual ela morou por cinco anos.
De acordo com a psicóloga do Caps Dr.João Carlos Cavalcante, Inara Francinete, são os próprios relatos feitos pelos pacientes que ajudam a localizar os familiares. “A família dessa paciente foi encontrada porque ela dizia que morava na região de Alagoinhas e Catu. Fomos com ela até lá, e conseguimos o contato do filho dela, que mora no Piauí”, conta, acrescentando que “as ligações feitas resultaram em três visitas realizadas pelos filhos”.
Para Edson Santiago, 27 anos, filho da paciente, a emoção do reencontro não pode ser definida com simples palavras. “Eu não tenho como descrever minha felicidade, pois ela desapareceu quando eu tinha apenas 10 anos. Então há 17 convivia sem manter contato algum com minha mãe. Era difícil acreditar que ainda a reencontraria”, relata. Mãe e filho embarcam na noite desta quinta-feira (12) para a cidade de Inhuma, no Piauí.
Segundo Rosana de Cássia Falcão, coordenadora da Rede Municipal de Atenção em Saúde Mental, o reencontro revela que Feira de Santana avança no processo da reforma psiquiátrica. “Esse resultado é um grande avanço e mostra que estamos no caminho certo e empenhados para promover a busca de resgate e autonomia, além da reabilitação psicossocial”, ressalta.Em Feira de Santana existem 11 residências terapêuticas, atendendo atualmente 51 pacientes, que participam de distintas atividades de lazer nas unidades dos Caps.